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“Somos perseverantes”
- 20/11/2011Mesmo com todas as dificuldades vividas na prática amadora do hóquei, a Vento Norte luta por uma boa posição no ranking brasileiro e ainda alicia novos adeptos à modalidade
Por Denise Marinho e Gabriela Baleeiro
Competições
O Campeonato Brasileiro de Hóquei acontece todos os anos em Contagem, Minas Gerais, cidade do país onde o esporte é mais forte. A Prefeitura Municipal de Contagem investiu cerca de R$ 1 milhão no Ginásio Poliesportivo Califórnia, maior quadra pública do país para a prática de hóquei in line, e incentiva a prática do esporte através de um projeto social idealizado pela Associação Cultural e Esportiva de Hockey e Patinação Eldorado Vipers.
A equipe baiana já participou do Campeonato Brasileiro e também de outros torneios regionais. Em 2001 foi vice campeã na competição de times nordestinos. Atualmente, a equipe se prepara para participar do Campeonato Brasileiro, mas sem muitas pretensões. “O desgaste físico é imenso, pois temos um elenco pequeno comparado às equipes profissionais. Somos oito enfrentando equipes com quatorze ou quinze jogadores. Impossível alcançarmos bons resultados. Mas somos perseverantes (risos)”, diz Raimundo Ramalho, integrante da Vento Norte. A equipe ocupa o 18º Lugar no Campeonato Brasileiro de Hóquei e o 16º lugar no ranking brasileiro.

Equipe soteropolitana de hóquei ocupa o 16º lugar no ranking brasileiro do esporte. Foto: Gabriela Baleeiro
Novos adeptos
Apesar da pequena expressão do hóquei na Bahia, o time segue atraindo novos adeptos. Francisco Oliveira, administrador hospitalar, entrou para time há um ano e meio e se diz apaixonado pelo esporte. “Resolvi entrar para o time e hoje sou apaixonado, ainda não me sinto um jogador, mas tento jogar de igual para igual com os meninos que jogam há muito tempo”, diz. No início, Oliveira frequentava o parque para levar a família para andar de patins e observava a equipe do Vento Norte jogar. A necessidade de fazer uma atividade física surgiu para o administrador hospitalar após ele ter enfrentado problemas de saúde, apesar dele nunca ter pensado no hóquei. “Eu nunca tinha colocado patins nos pés, foi um grande desafio para minha vida”, conta. A esposa de Oliveira foi quem insistiu bastante para que ele experimentasse o esporte, já que ele tinha tentado outras modalidades e não tinha se adequado. Hoje, a esposa e o filho o acompanham nas patinações das segundas e quartas. “Descobrir o hóquei foi muito importante para mim porque eu pude cuidar da minha saúde, praticar um esporte com a minha família e me divertir”, afirma.
As mulheres que antes iam só acompanhar os maridos, namorados e afins, também foram atraídas pelo esporte, como foi o caso da auxiliar administrativo Jaqueline Barbosa, praticante de hóquei há um ano. “Eu venho jogar mais por causa do meu marido, o goleiro do Vento Norte. Mas é uma coisa que eu gosto, eu adoro hóquei”, conta. No Brasil existem três equipes femininas em atividade, uma na cidade de Contagem, em Minas Gerais, outra em Vitória, no Espírito Santo, e outra em Curitiba.
Na Bahia existia um grupo de meninas que também treinava no Parque Jardim dos Namorados, o que aconteceu mais intensamente em meados de 2003. Desde que o carro de uma das integrantes foi roubado, as praticantes abandonaram os treinos. Está nos planos do Vento Norte para o futuro a formação uma equipe de garotas, bem como o desenvolvimento de categorias de base.
Mesmo em meio a tantas dificuldades o hóquei no Brasil não para. A seleção masculina é a quinta melhor do mundo e a feminina está ainda melhor, é a segunda no ranking mundial.

