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“Vários meninos queriam estar em nosso lugar”
- 02/11/2011
Meninos superam dificuldades e alimentam o sonho de se tornarem profissionais
Por Henrique Mendes e Lucas Leal
André e Gabriel poderiam ser apenas mais dois meninos que brincam com as suas bolas, como tantos outros. Porém, desde muito cedo, eles perseguem um sonho comum a diversos garotos, o de ascender socialmente por meio do esporte. Para ser mais preciso, obter reconhecimento e altos salários com o futebol.
Ambos têm apenas 12 anos de idade e fazem parte das categorias de base do Esporte Clube Bahia. São descritos pelos profissionais do clube como atletas de talento, com boa técnica. Ao ser questionado sobre a dimensão da oportunidade que recebeu, André Pena, que joga como lateral-esquerdo, é categórico. “O Bahia é um grande clube. Vários meninos queriam estar em nosso lugar. O importante é manter o foco, correr atrás dos objetivos”. Resposta objetiva para quem, com tão pouco idade, enxerga no horizonte um futuro promissor.
André, assim como Gabriel Ribeiro, atacante da equipe sub-12 do clube, persegue o sonho de se tornar profissional do futebol desde muito cedo. Os dois garotos se conheceram e ficaram amigos aos 8 anos, quando começaram a jogar no Desportivo Ferroviária, do Espírito Santo. Gabriel saiu de Vitória, capital do estado capixaba, em março deste ano, e André, em junho. Ambos passaram por uma peneira – uma espécie de vestibular para jogadores, em que vários meninos disputam partidas e alguns observadores técnicos selecionam aqueles que têm mais talento – para o Bahia. Desde então, os dois vivem no Fazendão, local de treinamentos da equipe profissional, e da base.
Para trás deixaram a família, sabem que dificilmente terão outra oportunidade como essa. Carregam com eles, todos os dias, a saudade de casa. “Sinto mais falta de minha mãe e minha avó. Também dos meus três irmãos, duas meninas e um menino”, confessa Gabriel, de forma tímida. André, logo em seguida, afirma. “Tem quatro meses que não vejo minha família, só nos falamos por telefone”. Os meninos sabem como gente grande, dos sacrifícios que precisam realizar todos os dias.
Encerramos a entrevista desejando sorte aos garotos. Eles se despedem e vão para o refeitório, já estava na hora do almoço. Seguem suas vidas, em busca dos seus sonhos. Dois meninos, como tantos outros, correndo atrás de sua bola.
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