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Companhias de dança da Bahia desenvolvem diversas linguagens artísticas

- 12/07/2011

As manifestações culturais ganhando visibilidade, nos anos 80, surgem vários grupos de dança na Bahia

 

Por Cristiani Cardozo

 

 

Na década de 80, a diversidade da dança no Brasil ganhava visibilidade, amparada por grupos que exibiam, em suas pesquisas corporais e cênicas, o cruzamento de linguagens artísticas e a interface com outras áreas de conhecimento. Nesse momento, surgem o Balé Teatro Castro Alves (BTCA), a Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia, o Balé Folclórico da Bahia e, mais tarde, em 1998, é criada a Viladança, companhia de dança do Teatro Vila Velha.  Conheça mais sobre as principais companhias de dança do estado a seguir:

 

Foto: Isabel Gouvea

– Balé Teatro Castro Alves (BTCA)- É a quinta companhia oficial de dança do Brasil. Formada em 1981, seu preparo técnico está baseado na técnica do balé clássico. Em comemoração pelos seus 30 anos, o BTCA está realizando apresentações pelo interior da Bahia dos espetáculos “A quem possa interessar”, com atuação do coreógrafo Henrique Rodovalho, e “1POR1PRAUM”, com supervisão coreográfica de Renata Melo.

Jorge Vermelho, diretor do BTCA, diz que o diferencial com relação a outras companhias de dança está em trabalhar com bailarinos entre 35 e 60 anos. “O grande diferencial é trabalhar com corpos maduros. É a única companhia oficial no Brasil com este perfil”, afirma.

Em parceria com a Orquestra Sinfônica da Bahia, a companhia estreou, em junho deste ano, a montagem do primeiro espetáculo infantil, “Pedro e o Lobo”, do compositor russo Sergei Prokofiev.  A narrativa gira em torno de Pedro, um menino muito bom, que estava cansado de ver suas ovelhas serem mortas pelo lobo mau. Enfurecido e contra a vontade de seu avô, o menino vai à caça do lobo com sua espingarda de rolha. Ele tem a companhia de seu gato Ivan, sua pata Sônia, e a passarinha Sasha, que são seus grandes amigos. Cada personagem da história é representada por um instrumento diferente ou por um conjunto de instrumentos que compõem a orquestra: Pedro (instrumentos de corda); Lobo (trompas); Avô (fagote); Pássaro (flauta); Pato (oboé); Gato (clarinete); Caçadores (tímpanos). Para este segundo semestre, está prevista a estréia de “A Tempestade”, em parceria com o diretor Luiz Alberto Alonso e uma co-produção com a Bélgica, tendo 120 pessoas no elenco, entre bailarinos e músicos.

 

Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb)- Implantada em 1984, foi a primeira do gênero no país na introdução de cursos básicos e de Educação Profissional de Nível Técnico de Dança. Já os cursos de Educação Profissional Técnico de Nível Médio, com formação em Dançarino e Coreógrafo, os preparatórios, com aulas de Balé, Dança moderna e Dança regional popular, para crianças e adolescentes, são destinados à faixa etária de 05 a 15 anos.  A escola também oferece cursos livres nas modalidades: Afro-brasileiro e Afro-contemporâneo, Ballet clássico, Dança moderna, Suingue baiano, Dança do ventre, Dança de salão, Pilates, Jazz, Salsa e Cubano, além de Técnica Silvestre em Dança, todos gratuitos (cobra-se apenas a taxa de inscrição e de renovação de matrícula). Atualmente, a Escola de Dança da Funceb prepara 1.500 alunos, com aulas nos turnos matutino, vespertino e noturno.

O projeto Quarta que Dança, promovido pela Funceb, surgiu em 1998 e proporcionou a montagem de mais de 150 apresentações de variados grupos e propostas artísticas. O projeto visa estimular a pesquisa e a produção coreográfica na Bahia. Até o dia 1º de agosto, estão abertas as inscrições para a 13ª edição do Quarta que Dança. Serão selecionados de 15 trabalhos, com temática livre, em quatro formatos (espetáculos, intervenções urbanas, dança de rua e trabalhos em processo de criação), que representarão o panorama contemporâneo da diversidade da dança no estado.

 

Foto>: Marisa Viana

Balé Folclórico da Bahia – Criado em 1988 por Walson Botelho e Ninho Reis, sob a direção artística de José Carlos Santos (Zebrinha) desde 1993, o Balé Folclórico da Bahia funciona em regime integral de seis horas de trabalho por dia. A companhia possui 38 integrantes – entre dançarinos, músicos e cantores – que recebem as mais variadas orientações em técnicas de dança, música e teatro. O balé desenvolveu uma linguagem cênica que parte dos aspectos populares da cultura baiana, abordando temas da contemporaneidade e da realidade nacional. A companhia realiza vinte apresentações por mês, tanto no país como no exterior.  “O balé se propõe a formar artistas que possuam um senso crítico, em relação a si mesmos e a sociedade em que vivem e que saibam qual a sua função política no mundo, que percebam a necessidade e a obrigação de preservação das culturas afro-brasileiras”, afirma Zebrinha (José Carlos Santos), diretor artístico do Balé Folclórico da Bahia.

 

Foto: Marcelo Zamora- VivaDança 2011

– Núcleo Viladança- Criado em abril de 1998 pela coreógrafa e diretora artística Cristina Castro, o Viladança é o núcleo de dança do Teatro Vila Velha. Tem como proposta a comunhão entre diversas linguagens artísticas e a verificação da dinâmica cultural em uma perspectiva contemporânea. Com 11 espetáculos no repertório, o Viladança já se apresentou em 15 estados das cinco regiões do país. Fora do Brasil, o grupo esteve duas vezes na Alemanha.  A companhia de dança do Teatro Vila Velha promove, anualmente, um dos maiores festivais de dança do país, o VivaDança, idealizado por Cristina Castro. O evento acontece sempre no mês de abril, quando se comemora o Dia Internacional da Dança, instituído pela Unesco como sendo o dia 29. Costuma reunir companhias de dança de vários países e, durante todo o mês de abril, realiza oficinas, workshops, palestras, shows, mostras e bate-papos, trazendo artistas e mestres da dança como convidados. Em 2011, o VivaDança completou cinco anos. Outro projeto da companhia é o “Da Ponta da Língua à Ponta do Pé”, que conta a história da dança para o público infanto-juvenil e já contemplou mais de 50.000 crianças de escolas públicas, grupos da periferia e cidades do interior do estado. Até o final de 2011, serão realizadas mais seis apresentações do espetáculo. Em parceria com a Petrobrás, o Viladança lançará, ainda este ano, o site da companhia, livro fotográfico, em comemoração aos seus 13 anos e realizá o projeto Encontro de Investigação Coreográfica (EIC), no qual será produzido o painel coreográfico para a escolha de seis novos jovens coreógrafos.

 

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