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Quem quer ser dono de brechó?

Você encontra de tudo: desde a peça que você sempre quis até aquela oportunidade tão aguardada de ter um negócio para chamar de seu

Raisa Andrade e Thamires Tavares

Uma maior discussão sobre o consumo consciente traz benefícios também para quem quer investir e empreender. “A crise na Europa é um fato e é a dica de que é o mundo que está em crise. As pessoas param para repensar suas relações de consumo e o empreendedor também tem que parar”, avalia o empresário Carlito Brasil.

Carlito voltava da Inglaterra, em 2006, quando resolveu importar para Salvador o conceito de brechó, tão comum na terra da Rainha. Assim, abriu o Sarastro Café Brechó, um charmoso espaço no Rio Vermelho onde roupas e acessórios usados podem encontrar novos guarda-roupas. A primeira preocupação do empresário foi instalar o empreendimento onde seu público-alvo circulasse. Em seguida, vieram as questões relativas à ambientação e, finalmente, a captação de peças. “O cliente quer um espaço charmoso, uma climatização bacana. Essa união de qualidade e preços baixos formou o alicerce do que hoje é uma empresa sólida”, afirma.

Em seu charmoso brechó no Rio Vermelho, Carlitos Brasil investe em peças de alta custura para atrair uma clientela diferenciada | Crédito: Gustavo Mões

Colocando em números – R$ 2 mil foram investidos inicialmente no Sarastro. Sete anos depois, Carlitos diz ter um faturamento bruto anual de R$ 500 mil. “Desde que abri a loja, o faturamento duplica anualmente”, diz o empresário que reinvestiu todos os anos 70% dos ganhos na própria empresa. Alex Sá também é um empreendedor do ramo da “moda de segunda mão” e diz que, para quem quer começar, R$ 3 mil bastam para montar o primeiro estoque. O que pesaria, segundo Sá, é o valor do imóvel, aluguel e instalações.

Alex Sá é um empreendedor da Barroquinha | Crédito: Gustavo Mões

O Sebrae aloca a gestão de um brechó no nicho do “mercado de baixo risco” e sugere um investimento inicial de R$ 8 mil a quem deseja iniciar um negócio desse tipo. R$ 2 mil destinados ao capital de giro e o restante fica por conta da montagem do ambiente – instalações, móveis, equipamentos. O futuro empreendedor precisa também se legalizar, ainda que como empreendedor individual. Com base na Cartilha do Empreendedor formulada pelo Sebrae e com ajuda dos empresários entrevistados, o Impressão Digital 126 montou uma lista de dicas para quem quer deixar de ser cliente e virar um empreendedor, confira:

1. CONHEÇA SEU PÚBLICO ALVO Saber as preferências, necessidades e hábitos do seu futuro cliente é crucial na hora de abrir qualquer negócio
2. ESCOLHA A LOCALIZAÇÃO Vale pensar os custos, o acesso, a visibilidade e também o conforto
3. CALCULE OS CUSTOS FIXOS Aluguel, água, luz, telefone, internet, funcionários e limpeza devem entrar nessa conta
4. ADQUIRA OS EQUIPAMENTOS BÁSICOS Móveis, prateleiras, araras. Você pode, incrementando a ideia de brechó, optar por peças também usadas
5. OFEREÇA UM SERVIÇO DIFERENCIADO Entregar em casa e oferecer um serviço de pequenas reformas são opções para conquistar a clientela
6. LEGALIZE SUA EMPRESA Você pode se registrar como empreendedor individual pagando apenas R$ 33 por mês