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Projetos de turismo para a Copa do Mundo não incluem a Ponta de Humaitá

Campanha “Se a Copa é boa eu também quero” que pretende esclarecer os investimentos e projetos turísticos da Copa para as comunidades

Gabriela Cirqueira e Karen Monteiro

Sede de seis jogos da Copa do Mundo, Salvador receberá nos meses de junho e julho de 2014, segundo dados da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), 700 mil visitantes, um aumento de 114% comparado ao mesmo período em outros anos. Até o campeonato mundial serão investidos R$300 mi para revitalização de pontos turísticos da cidade. Mais da metade deste investimento virá dos governos federal e estadual, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Ministério do Turismo. Dentre os projetos apresentados oficialmente pela Setur estão a recuperação da orla marítima, Pelourinho, Rua Chile e feira de São Joaquim, além da revitalização dos principais roteiros de visitação da cidade. Nenhum deles incluirá a Ponta do Humaitá.

Como forma de chamar a atenção da população sobre a exclusão de diversos pontos da Cidade Baixa nos investimentos para a Copa de 2014, e melhorar a gestão do espaço urbano, a Comissão de Articulação e Mobilização dos Moradores da Península do Itapagipe (Cammpi) criou a campanha “Se a Copa é boa eu também quero”. Por meio de reuniões semanais, moradores discutem propostas para que o bônus do evento seja distribuído de forma equânime. “O bônus da Copa precisa ser repartido na cidade como um todo, é necessário que criemos projetos para reorientar a lógica perversa de concentração deste capital em polos turísticos apenas na Cidade Alta. Com a nossa voz, a cidade esquecida pelo poder público entrará neste jogo”, afirma Laise Gabriela Silva, moradora do Bonfim, bairro próximo ao Humaitá, há 4 anos.

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