Tags:biblioteca móvel, leitura, salvador
Bibliotecas móveis estimulam a leitura em Salvador
- 14/08/2013Projetos pretendem ampliar o acesso à leitura em diferentes bairros da cidade
Cátia Lima e Juliana Almirante
Salvador tem apenas oito bibliotecas públicas para atender aos 2,7 milhões de habitantes, segundo o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. São cinco centros de leitura e empréstimo mantidos pelo governo do estado e três pela prefeitura da cidade. Além dos espaços públicos fixos, também existem pontos móveis que surgem como alternativa e tentam chegar mais próximos à população. Dois projetos do gênero são mantidos na capital, um pelo governo estadual, a extensão da Biblioteca Central nos Barris, e outro pela iniciativa privada, por meio do Serviço Social do Comércio (Sesc-BA). As bibliotecas móveis funcionam em ônibus que vão a diferentes bairros da cidade com opções de leitura para todas as idades.
A diretora da Biblioteca de Extensão, Gleide Machado, explica que o programa é um serviço de ampliação da leitura para as comunidades. “A biblioteca móvel foi criada em 1985, com 11 kombis que levavam livros para alguns bairros de Salvador. Hoje, é um projeto independente e seu principal objetivo é proporcionar o acesso permanente aos livros e à leitura. Estamos cumprindo com a proposta do projeto que é estimular as manifestações culturais por meio da leitura”, acredita.
De acordo com a diretora, o acervo da biblioteca móvel é composto hoje por dois mil livros, dos quais 60% são para pesquisa em todas as áreas do conhecimento e 40% são de literatura infantojuvenil. Por mês, aproximadamente 1.200 pessoas frequentam a biblioteca nos bairros, de segunda a sexta-feira. A diretora informa, ainda, que demais interessados podem solicitar os serviços da biblioteca móvel em seu bairro. “Caso a pessoa queira que a biblioteca também estacione em seu bairro, é só mandar um ofício para a diretoria justificando o porquê. Os critérios de avaliação são se o bairro é distante do Centro da cidade e se não possui uma biblioteca comunitária”, completa. Os interessados devem mandar um ofício para o e-mail: bibliotecadeextensao@gmail.com.
Visualizar Bibliotecas móveis em um mapa maior
Leitura nos bairros – A técnica em assuntos culturais da biblioteca móvel, Maria Auxiliadora, afirma que dois veículos visitam os bairros de Pau da Lima, Cajazeiras X, Nordeste de Amaralina, Liberdade, Dom Avelar, Periperi, Plataforma, Fazenda Grande III e Fazenda Coutos de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 16h45. No sistema de empréstimo, o interessado precisa levar documentos de identificação, comprovante de residência, telefones fixos para contato e foto 3×4. “O prazo de devolução dos livros é de oito dias e cada um pode levar no máximo dois. Caso o leitor não devolva no limite ou devolva danificado, haverá suspensão do próximo empréstimo”, explica.
Já aos domingos, o projeto alterna entre as localidades do Dique do Tororó, Parque do Pituaçu, Calabar e Lagoa do Abaeté, de 8h às 12h, mas sem a possibilidade de adquirir os exemplares emprestados. “Durante a semana, a procura por livros é muito maior. O público dos bairros costuma frequentar sempre, porque além da possibilidade de empréstimo, também levamos atividades como palestras, apresentações de cordel e teatro, a depender de um tema escolhido mensalmente”, informa a técnica. Em agosto deste ano, a unidade móvel promove ações para marcar o dia Nacional da Saúde (5) e o Dia de Combate ao Fumo (29), com exposição de painel informativo, aula de alongamento, aferição de pressão arterial e relaxamento com profissionais da saúde.
Um dos leitores da unidade móvel, o estudante de Educação Física Marcelo Santos Vaz, conta que há dois anos mantém o hábito de visitar o projeto nos primeiros domingos do mês no Dique do Tororó. “Sempre venho aqui ler o jornal do dia. É um projeto muito interessante, porque oferece leitura e conhecimento”, avalia. Já o aposentado Sérgio Luís levou o filho de 12 anos para conhecer a biblioteca móvel pela primeira vez. “Ainda não conheço muito, mas a princípio, a iniciativa é ótima. Eu incentivo muito a leitura ao meu filho. Infelizmente faltam projetos desse tipo na cidade”, opina.
Leia mais



