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Carol Lisbôa: blogueira com vida de empresária

- 14/08/2013

Ela começou a escrever no blog como brincadeira, mas Carol sempre soube que queria ser empresária e ter a própria marca de roupas

Luana Oliveira e Tayse Argôlo

Blogueira de moda há três anos, Carol Lisbôa acumula números de sucesso: mais de sete mil seguidores no Instagram, 1500 curtidas em sua fanpage no Facebook e três mil acessos diários no blog. Agora, ela também se intitula empresária, com sua marca de t-shirts femininas. Mesmo sendo graduada em Psicologia, a moda está presente na vida de Carol desde pequena, quando ainda fazia colares de miçangas, e foi o interesse pelo mundo fashion e a determinação em ter a própria marca de roupas que a fez criar o seu blog L’Deluxe.

Acostumada a posar para fotos no seu blog, Carol conta que é tímida para entrevistas. Foto: Tayse Argôlo

Impressão Digital 126 – Quando e por que você decidiu ser blogueira? 

Carol Lisbôa – Comecei o L’Deluxe há quase três anos como uma brincadeira, porque eu gostava de falar sobre moda. Não sobre as tendências, mas sobre o que eu gostava de usar, o meu dia-a-dia, as coisas que eu via. As pessoas foram gostando e a coisa foi crescendo. Sou formada em Psicologia e durante o curso sempre estagiei na área, mas quando me formei, eu parei tudo e segui só com o blog. 

ID 126 – No seu blog as postagens são praticamente diárias. Você conta com uma equipe para fazê-las? 

CL – Não tenho equipe. Sou eu quem faço postagem, cobertura de evento, tudo! Eu acho que acaba perdendo a identidade quando outra pessoa posta no seu lugar,os leitores conhecem a forma como eu escrevo e do que eu gosto. Eu adoro fazer todas as postagens, eu respondo os e-mails, os comentários no Instagram, sou eu quem faço tudo. 

ID 126 – Atualmente, a sua renda vem do blog? 

CL – Sim, meu faturamento hoje é todo proveniente do blog, das parcerias que eu faço, dos publiposts, e agora também da minha marca de camisetas. Mas eu não sou só blogueira. Meu intuito não é só fazer o blog, ter muitas parcerias e viver disso. Quando comecei, eu queria conhecer outras pessoas, ter uma rede de relacionamentos, e aí sim, ter uma marca e um canal de vendas. Eu sempre desejei ter um blog para no futuro ter a minha própria marca de roupas. Eu tenho um público fiel e pretendo continuar fazendo o blog mesmo com a minha empresa de camisetas.

 ID 126 – Quais tipos de publicidade você faz no L’Deluxe?

 CL – Tenho algumas lojas parceiras, como a Mais Bonita (marca de acessórios), que já tem um banner na lateral. É tipo um outdoor da marca. A pessoa clica e será redirecionada  para o site da empresa. O “look do dia” também é uma forma de publicidade. A loja vai me disponibilizar a peça e, de acordo com a nossa parceria, eu uso a roupa e indico a loja. Não há uma exigência para o dia em que eu publique sobre aquela peça, por exemplo. É uma coisa mais livre, para ser natural. Algumas empresas me procuram também pra fazer publicidade só no Instagram, por ser um meio mais rápido de acesso do público, e nem querem postagens no blog.

ID 126 – Há bastante crítica quanto aos publiposts, uma vez que você está sendo paga para usar determinado produto ou roupa e isso é passado de forma clara para o leitor. Como você lida com publiposts? 

CL- Eu não uso só o que me pagam, e sim o que eu gosto. Não adianta ter um blog só com coisas caras e postar que usa Renner. Não dá pra fazer parceria com a loja se o seu leitor sabe que você não usa. Mas sim, tem algumas lojas que pagam pela divulgação, tem loja que oferece produto, tem loja que oferece dinheiro… Entretanto, neste caso, eu aviso que é post publicitário. Todos têm embaixo a tag “informe publicitário”.

Carol mostra a primeira coleção da sua linha de camisetas femininas. Foto: Tayse Argôlo

 ID 126 – Você lançou em maio sua própria marca de camisetas, que são vendidas através do blog e também em lojas parceiras. Como se dá essa parceria?

 CL – Eu não tenho loja física e, como a minha loja online não ficou pronta no dia do lançamento das minhas camisetas, por causa de problemas com programação, eu comecei a procurar lojas parceiras para vendê-las, como a Mais Bonita e a Frufru Store (marca de roupas femininas). Eu deixo minhas camisetas e divulgo a loja no meu blog. Na minha próxima coleção, que será lançada ainda em agosto, a minha loja online já estará pronta, mas quero continuar deixando em algumas lojas físicas também, porque tem muita gente que gosta de ver e experimentar a peça. Então é vantajoso pra mim e para a loja parceira, porque a pessoa que compra minha camisa pode acabar comprando também algum item da loja, e vice-versa.

ID 126 – Você já recusou algum tipo de parceria?

 CL – As lojas que vêm me procurar já sabem que têm mais ou menos o meu estilo, o meu perfil, então nunca precisei recusar nenhuma parceria. Claro que já me chamaram pra fazer matérias em sites que não tinham nada a ver comigo. Uma vez, um site erótico me chamou pra fazer uma matéria sobre moda. Eu agradeci o interesse deles, mas disse que não era meu perfil, não era o meu público, tenho leitoras de 14 anos.Tem que ser seletivo ou acaba perdendo a identidade.

 ID 126 – Você acha que as empresas locais já encaram as blogueiras como profissionais?

 CL – Antes, as lojas aqui valorizavam muito mais as blogueiras de fora, mas agora eles já chamam as locais para coberturas de eventos. Eu tenho um grupo de amigas também blogueiras, e tem muitos eventos que a gente só faz juntas. Antes era cada uma  por si, mas percebemos que somos pequenas e que temos que nos juntar para que as lojas passem a nos encarar como profissionais e não como “ôbaôba”. Quando vamos fazer um evento, procuramos cobrar todas o mesmo valor e fazemos um pacote. É vantagem pra loja, porque todas vamos divulgá-la, e pra gente também.

 ID 126 – Acha que os blogs estão cada vez mais populares em Salvador? E o público leitor te dá um retorno?

 CL – Sim, claro! Hoje em dia, com o Instagram, as pessoas não comentam muito mais em blog como antigamente. As pessoas olham, leem e não comentam. Mas é engraçado porque você acaba tendo leitores fiéis que sabem tudo sobre a sua vida. Aqui em Salvador tem esse retorno de leitores que me encontram na rua e dizem “Ah! Adoro seu blog”. Eu já conheci uma menina que sabia a minha vida inteira e perguntou coisas como: por que terminei o namoro ou como tinha sido minha viagem. Eu recebo muitos e-mails em que as pessoas me pedem ajuda pra se vestir, por exemplo, me perguntam com que roupa devem ir a um casamento e me enviam fotos das opções. Eu adoro, porque você acaba conhecendo muita gente. Depois que abri a minha marca, já mandei camisetas até para Manaus! Recebo comentários negativos também. Se eu botei um look e a pessoa achou que o sapato não combina, por exemplo, eu deixo o comentário no blog, porque é a opinião da pessoa, não posso censurar.

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