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Restrições no comércio durante a Copa geram insatisfação

- 20/05/2014

Vendedores ambulantes de Salvador revelam as dificuldades de trabalhar sob as condições impostas pela Fifa e Prefeitura

Thaíse Reis

 

Ao contrário da imagem de organização e controle do comércio informal apresentada pela Prefeitura de Salvador, vendedores ambulantes da cidade se queixam das condições de trabalho impostas para trabalhar durante os jogos do torneio.

O vendedor ambulante João do Sorvete, como é conhecido, costuma comercializar sorvetes em todos os jogos que acontecem na Arena Fonte Nova e é um dos trabalhadores contrários às determinações. Atuando há 22 anos no Dique do Tororó, região próxima ao estádio, ele é um dos que optaram por não atuar no Mundial. “Trabalho aqui desde a antiga Fonte Nova e não quis trabalhar nos jogos da Copa das Confederações em 2013, nem na competição deste ano, pois não gostei dos limites para os ambulantes trabalharem”, afirma.

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As condições impostas também deixam insatisfeita Railda Carvalho, presidente da Associação de Barraqueiros de Festas Populares do Estado da Bahia (Abfest), que trabalha há 31 anos nos eventos da cidade. Entre a série de restrições anunciadas pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), ressalta da proibição de comercializar alimentos. “Ambulante não tem escolha, a Semop já determinou que só podemos vender bebida. Durante os jogos na Arena Fonte Nova sempre vendíamos, em Nazaré, ali próximo, cachorro-quente, churrasquinho, feijoada e outros alimentos. Agora, estamos lutando contra isso [a proibição]”, conta.

João acredita que outra consequência negativa do ordenamento para a categoria é a queda nas vendas. “Meus colegas que trabalharam nos jogos, ano passado, venderam entre R$ 12 mil e R$ 14 mil num jogo e ficaram só com R$ 600 e R$ 800 reais. Quem ver que é benefício, vai; quem achar que não, faz como eu”, explica o ambulante.

Para a presidente da Abfest, um dos motivos desse prejuízo é a concorrência desleal, não coibida pelos órgãos fiscalizadores. “Consegui cadastrar 215 pessoas para a Copa e exijo dos meus associados o pagamento da licença, mas a gente paga e, quando chega na hora, nossos direitos são lesados”, comenta Railda. Segundo ela, a presença de pessoas sem licença é constante e parece passar despercebida pela Prefeitura.

Uma das associadas da Abfest já cadastrada para trabalhar nos jogos da Copa em Salvador é Marilene Narcizo. “Estou presente em todas as festas populares e também nos estádios do Barradão, Pituaçu e em alguns momentos na Arena Fonte Nova, na Copa das Confederações”, conta. A vendedora iniciou na atividade há 15 anos, com um isopor de bebida, e hoje oferece uma variedade de produtos que vão desde cachorro-quente a sucos e outras bebidas. Para comercializar no mundial, terá que restringir suas vendas aos produtos pré-determinados pela organização do evento.

“Isso [as exigências] não traz benefício nenhum, só delimitações. É só proibição, e vai ter muito mais nos jogos da Copa. Tem que ter limitações que sejam viáveis para os ambulantes e para as pessoas da cidade, não só para quem chega de fora”, opina a presidente da Abfest.

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