Tags:amor, hormônios, Paixão, Química, relacionamento
É a química do afeto, baby!
- 26/10/2016Para o amor não existem reais diferenças entre uma e outra pessoa. Nossos hormônios estão ai para provar isso
Texto e Edição: Priscila Dórea | Fotos: Alexas | Música: Björk
Todos nós somos suscetíveis ao amor. Sem importar o recheio de nossa carteira, o nosso nível de bronze, de onde tenhamos vindo, o que fazemos todos os dias para por o pão na mesa ou a quem pedimos ajuda em desespero enquanto olhamos para o céu. O amor está presente dentro do nosso corpo, porém não espremido entre uns dois órgãos, mas bombeando nosso coração, alisando nossa espinha, esfriando nosso estomago e secando nossa garganta. Nós apenas sentimos, e muitas vezes ficamos confusos, ainda mais se ele surge sem aviso…
Quase todos nós temos em mente como queremos que nosso parceiro se pareça, seja conscientemente ou não. Idealizamos sua aparência e sua personalidade, e buscamos por alguém que esteja dentro desses critérios. Porém esses são os fatores mais rasos. Apesar dos nossos polegares opositores, não nos diferenciamos muito dos outros animais em se tratando do amor graças aos feromônios. Você não entende porque sente atração por aquela pessoa “estranha”? Seu sistema imunológico sabe: o sistema imunológico desse novo crush não é nada estranho. Todos esses feromônios presentes nos suores e… xixis, tem um cheiro extremamente atraente, aí então…
Seus hormônios – palavra grega que significa “ativar” – fazem o que vieram até seu corpo fazer. Toda dopamina, testosterona, norepirefrina, ocitocina e serotonina se sacolejam fervorosamente em seu interior, dividem os trabalhos e então… O amor chega e vai crescendo, passando por três fases:
A fase do desejo é aquele momento que você encontra o crush no meio da rua, e ele é o ser humano mais brilhante e maravilhoso de toda a face da Terra. Você quer apertá-lo em seus braços, cheirar sua nuca e lamber seus cotovelos. E, muito provavelmente, rolar entre lençóis sem desgrudar dele.
Já a paixão romântica pode surgir ao sentir esse constante desejo sexual pela mesma pessoa. Porém, claro, esse não é o único fator. Os motivos para se estar apaixonado podem ter as mais inimagináveis e loucas origens. Não é uma piada quando dizemos que “o amor é cego”, ele é meio surdo também. E mudo. E capenga. Enxergamos nossos parceiros através de um filtro, e para nós, eles são maravilhosos do jeito que são.
E por fim, chegamos à fase da união, que é aquela do amor de nossa vó e vô, que estão juntos há 84 anos… É o amor verdadeiro e duradouro, onde finalmente se percebe, sem ignorar, os defeitos de seus parceiros, onde geralmente surgem os problemas no relacionamento e suas resoluções também.
Todavia, se vocês não sobrevivem, mesmo aos trancos e barrancos, pela fase da união, todos seus hormônios e feromônios se aquietam, e você só fica lá… Quieto. Sentindo uma bad sem fim, usando e abusando das músicas de Pablo e Lana Del Rey, mergulhado na sofrência que foi ter perdido o amor de sua vida. Ou talvez você chegue à conclusão que foi melhor desse jeito, e vai curtir a vida sozinho por um tempo. Ou até mesmo começa a curtir a vida adoidado, arrasando quarteirões noite a fora. Mas até essa tristeza sem fim ou felicidade sem limites, em algum momento, pode chegar ao fim. Aceite que seus feromônios não dormem.
Um novo amor surge. Muitos outros amores surgirão. E toda a euforia volta, seja mais lentamente ou mais enlouquecedora. Estar apaixonado é uma dádiva. Ainda que algumas pessoas se apaixonem demais, e outras bem pouco, toda forma de amor é válida e saudável… Assim desejamos ao menos.
Como já dizia Peter Gabriel: “O livro do amor é longo e chato, e foi escrito há muito tempo atrás. Está cheio de flores e caixas em forma de coração, e coisas que nós somos muito novos para saber”