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A menstruação pode ser uma escolha

À procura de melhor qualidade de vida, mulheres têm optado por suspender seus ciclos menstruais

Por Camila Queiroz e Paula Amor

A interrupção da menstruação divide opiniões de médicos e especialistas. Foto: Camila Queiroz

Com a proximidade do verão, o incômodo de lidar com a menstruação aumenta entre as mulheres. A vontade de ir à praia, se bronzear, tomar banho de piscina, aproveitar as festas e usar aquele vestido branco do ano novo sem receios, faz algumas mulheres pensarem como seria bom não menstruar nessa época do ano.

A vida cada vez mais acelerada também parece não deixar espaço para os ciclos menstruais, muitas vezes associados à cólica e à famosa tensão pré-menstrual (TPM). “Menstruar, ter TPM, ter cólica, não é fácil. A maioria não lida bem com isso”, relata a ginecologista obstetra, Dra. Marina Tourinho Braga. Por estes motivos, mulheres procuram por indicações de pílula de uso contínuo, assim como desenvolvem o hábito de emendar cartelas de pílulas comuns.

A interrupção da menstruação divide opiniões de médicos e especialistas e ainda causa muitas dúvidas entre as mulheres. A corrente de defesa da suspensão do ciclo menstrual ampliou-se a partir da publicação do livro “Menstruação, a sangria inútil”, em 1996, de autoria do médico baiano Elsimar Coutinho. Ele utiliza o argumento de que a menstruação é um fenômeno desnecessário na vida das mulheres, as quais, ao optarem por não menstruar, garantem benefícios à sua saúde.

Feminilidade
A menstruação, porém, nem sempre é vista como uma inimiga. Algumas mulheres já se acostumaram com o ciclo menstrual e acreditam que ele faz parte da sua feminilidade, além de ser um sinal de que não estão grávidas. Há médicos que alertam para os possíveis problemas de saúde associados ao uso contínuo da pílula anticoncepcional. A doutoranda em Saúde Pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ligia Gabrielli Fernandes, acredita que a decisão de usar a pílula continuamente deve ser balanceada e que informar as pacientes sobre os prós e contras é fundamental. Cada mulher é única e, portanto, levar em conta as particularidades de cada caso e as indicações médicas é imprescindível.

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