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Grupos de pesquisa ajudam no desenvolvimento de metodologias
- 07/12/2011O ID 126 conversou com a estudante de Enfermagem Rosane Barreto que já desenvolveu pesquisas sobre aborto com variados processos metodológicos
Por Fernanda Aragão e Marília Moreira
A estudante do curso de Enfermagem, Rosane Barreto, começou sua trajetória de pesquisa como voluntária em um grupo de pesquisa sobre Epidemiologia e Saúde da Mulher. Após passar alguns meses atuando como voluntária , ela conseguiu a bolsa Pibic como orientanda da professora Solange Maria Gesteira, e especificou o seu interesse pela temática do aborto legal. Este foi o segundo ano consecutivo em que ela apresentou trabalhos no Seminário de Pesquisa da UFBA. O primeiro trabalho apresentado foi “Mecanismos utilizados por mulheres que abortaram para o enfrentamento do luto”, fruto de uma pesquisa que utilizou a metodologia qualitativa e a vivência com pacientes de um ambulatório de maternidade pública de Salvador. Na pesquisa, foram detectados os motivos que levaram algumas mulheres a cometerem o aborto: falta de condições financeiras, a gravidez resultante de violência sexual ou o abandono dos parceiros. “Muito mais que selecionar um corpus grande de mulheres, preferimos selecionar aquelas que dariam respostas às nossas questões e nos ajudassem na analise qualitativa. Ao final, conversamos com 13 mulheres”, esclarece Rosane.
Este ano, Rosane Barreto apresentou um trabalho de natureza metodológica diferente da do primeiro. A revisão da literatura científica foi a metodologia escolhida para detectar como a questão do aborto legal era tratada pela maioria dos trabalhos na área de saúde e para problematizar se a legalização do aborto é necessária no Brasil. Solange Maria Gesteira, professora da Escola de Enfermagem e orientadora de Rosane, ratifica a importância da publicação de artigos para a comunidade cientifica, uma vez que o grande número de publicações sobre um mesmo tema significa que este está sendo estudado e sendo alvo de interesse de diversos pesquisadores. “E é justamente essa densidade de publicações que não encontramos em relação ao aborto legal”, complementa.
Fundamental também é a participação em grupos de pesquisa para o desenvolvimento dos trabalhos. Rosane pontua que o grupo de pesquisa é muito importante para definir questões metodológicas. Ao explicar suas pesquisas, ela sempre dá destaque a esta questão: “Na minha primeira pesquisa eu apliquei a metodologia qualitativa, na segunda, a de revisão bibliográfica e, na mais recente, irei trabalhar com a metodologia quantitativa”, conta. Ela diz que no curso de Enfermagem há apenas uma disciplina que tenta suprir essa carência metodológica dos alunos, mas que em quase nada ajuda no desenvolvimento das pesquisas individuais. Para Solange Gesteira, a importância do grupo de pesquisa consiste na abertura de visão para alguns temas. Ela nos conta que o grupo do qual faz parte, o Grupo de Estudos sobre Saúde da Mulher (GEM), tem cerca de 40 integrantes que se subdividem em temáticas como violência contra mulher, aborto, anemia falciforme, DST/AIDS, elaboração de políticas públicas e que isso facilita o entendimento do pesquisador em sua área. Para quem está começando a pesquisa hoje, mas ainda não está inserido num grupo de pesquisa, Solange sugere que leia e discuta muito os temas de interesses.
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