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De olho na Câmara
- 12/12/2011Entre os pré-candidatos a vereadores da Câmara Municipal de Salvador para as eleições de 2012 estão ex dançarinos de pagode que se aventuram à vida política pela primeira vez
Por Denise Marinho e Gabriela Baleeiro
Algumas “celebridades” já saíram na frente e vêm buscando fazer valer a sua pré-candidatura à uma vaga na Câmara Municipal de Salvador. Entre os nomes que já circulam para a disputa do pleito municipal do próximo ano, figuram os de Cissa Chagas e Pepy Safado, (ambos no DEM). Assim como a atual vereadora Leo Kret, eles são dançarinos de bandas de pagode locais e, como ela, querem também concorrer a um cargo político pela primeira vez. Recentemente, os dois foram os convidados do programa “Agora é tarde”, comandado pelo humorista Danilo Gentili, exibido em rede nacional, todas as terças e quintas, na TV Band.
A estudante de Direito, Faculdade Dois de Julho, Ana Cecília Chaggas (ou simplesmente, Cissa Chaggas), 24 anos, nasceu em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, mas cresceu no bairro da Cidade Nova, na capital baiana. Cissa teve o seu primeiro contato com a política em 2004. “Eu comecei a trabalhar com políticos em 2004, com o deputado Maurício Trindade; me filiei ao PSL e passei a acompanhar o universo político. Depois, trabalhei com o deputado Nelson Leal, como secretária parlamentar”, conta. Em 2006, Chaggas trabalhou na Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb), como recadastradora de servidores e, em 2008, foi subgerente do Museu da Cidade e da Casa do Benin, na Fundação Gregório de Mattos. Mas foi no carnaval de 2011 que a pré-candidata saiu do anonimato, quando se tornou dançarina do grupo LevaNóiz. Fez sucesso na avenida com o hit “Liga da Justiça”, de onde originou o apelido “Mulher Maravilha”, como hoje é popularmente conhecida.
A “Mulher Maravilha” abriu mão da sua carreira artística para se dedicar à vida política e, segundo ela, lutar pelos direito das mulheres, artistas, trabalhadores e jovens. “Estou representando as mulheres, todos os trabalhadores, os jovens, a arte, os artistas e aqueles que almejam engrenar nessa carreira, porém, não têm oportunidade”. A dançarina acredita que a sua experiência artística irá contribuir muito para a sua eleição, já que, no tempo dos holofotes, aprendeu a lidar com a imprensa, falar em público, e ganhou popularidade. “Irei usar essa popularidade para que as pessoas me escutem, analisem as minhas propostas e me enxerguem além da dança, como jovem, mulher, estudante de Direito.”
Sem preconceito – Cissa sairá candidata pelo DEM, Partidos Democratas. A dançarina conta que foi o próprio partido quem fez o convite para compor a chapa do partido nas próximas eleições e que foi muito bem recebida pelos seus correligionários. Mas revela que só resolveu sair candidata pelo partido, porque o acha muito bem preparado e desprovido de preconceitos.
Aos eleitores de Salvador, Cissa faz um apelo: “Soteropolitanos votem em mim pela força que o povo tem de mudar nossa Bahia e não sabem. Só reclamar não adianta, vamos agir! Alguns políticos de carreira parecem acreditar ter cadeira cativa na câmara e nas assembléias, acham que ninguém os tira dali, mas tira sim. Sou mulher, sou jovem, filha de negros, fui criada no gueto e sei exatamente do que a população precisa”.
Outras ambições – Acompanhando a “Mulher Maravilha” temos Péricles Maciel Sampaio, o famoso Pepy Safado, 27 anos, ex-dançarino da banda de pagode Nossa Juventude. Pepe, que já fez um sucesso inversamente proporcional aos seus 1,20m de altura e, no auge de sua carreira chegou a vender junto com a banda 400 mil CDs, hoje tem outras ambições.
Como dançarino, Pepe ganhou um título de ídolo no carnaval do ano 2000, com a música Dig Dig, Lambe Lambe, onde se apresentava com o seu jargão: “Sou Pepe safado, sou de Deus e todo mundo”. Pepy saiu do grupo em 2003, na época foi divulgado pela mídia, que o fato se deu por divergências sobre remuneração. Os amigos mais próximos chegaram a dizer, mas ele não confirma, que Pepy ganhava apenas R$ 30,00 por show.
Hoje, o “primeiro anão do pagode”, como é chamado por muitos, busca novos horizontes. Filiou-se ao DEM e pretende seguir a carreira política. Com o slogan “Pepy Costa, honestidade é tudo”, o dançarino pretende disputar uma cadeira na Câmara Municipal e garante que está se preparando bastante para o pleito. “Estou estudando muito e esperando para entrar na luta pelo meu povo”, afirma.
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