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Rock made in Japan
- 14/12/2011Impressões de uma vocalista de JRock
Por Edely Gomes e Marina Teixeira
Guitarra, baixo, teclado, bateria, microfone e um dicionário de japonês. Estes são os equipamentos das bandas de japanese rock, gênero que caracteriza grupos musicas que cantam o rock produzido na terra do sol nascente. Pouco conhecidas do grande público, essas bandas que trazem o som produzido no outro lado do mundo fazem a cabeça de adolescentes, jovens e adultos da cidade do sol, Salvador. Presentes em festivais de cultura japonesa, eventos de cultura pop e até mesmo em shows de rock convencionais, as bandas de J-Rock em Salvador têm uma característica em especial: também tocam temas de séries, filmes, games e desenhos animados japoneses, os animes.
Os fãs de produtos da cultura oriental costumam ser chamados de Otakus, mas não é bem assim que Ana Carolina, 23 anos, se define: “Eu sou fã de tantas coisas que me considero um pouco ‘nerd’. Sou viciada em Harry Potter, seriados, games…” Ana Carolina divide seu tempo entre a faculdade de Direito e o grupo que formou em Salvador, a Banda Set7e. Para os fãs, ela se chama Karol Funny. Os músicos se reuniram por uma necessidade. “Fui a um evento em 2008 e vi uma banda de J-Rock. Nunca tinha ido a um evento desse tipo e me perguntei por que as bandas não tocavam clássicos. Perguntei isso numa comunidade e a resposta foi : ‘Se não gosta, toque você’. Ao ler isso, comentei o ocorrido num chat e perguntei se alguém queria formar uma banda pra tocar o que o público quer ouvir, um amigo meu baixista se animou e ai começou a Set7e”. Para ela, clássicos seriam os animes exibidos na extinta Rede Manchete, como Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon e Yu Yu Hakushô.
Tocar em bandas assim tem as suas diferenças em grupos de estilo mais “convencional”, o que de certa forma, pode até ser divertido. “Você não vê cosplay em um show de rock, ou pessoas com plaquinhas com frases engraçadas…”. A fidelidade dos fãs também chama a atenção. “A cada evento, mais pessoas aparecem, mas tem aqueles que sempre vemos nos eventos, esses são os meus favoritos. Alguns têm fotos da maioria dos shows, acho isso incrível!” diz Karol.
Como boa parte dos músicos de J-Rock em Salvador, Karol divide a atenção entre a banda, os estudos e o estágio. “Ainda não somos profissionais, até por que o que ganhamos com a banda não paga nem os ensaios direito, mas gostamos do que fazemos e queremos ir em frente. Normalmente, os ensaios duram três horas e é feito ou no sábado ou domingo. Mas, durante a semana, às vezes, tem reuniões via msn e gtalk”. O tempo gasto com o projeto dá a dimensão da importância da banda para ela. “É um pedaço da minha vida. Hoje não sei se viveria sem”.
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