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No meio do caminho tinha …
- 04/07/2012Irritações na pele, verminoses e até infecções potencialmente fatais estão entre os riscos à saúde provocados pelas fezes dos cães
Toni Couto
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial está se aproximando da marca de sete bilhões de pessoas. Boa parte desse número vive nas grandes cidades e cria animais de estimação, uma convivência que vem gerando situações problemáticas, conforme explica o professor Carlos Roberto Franke, da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA.
“Esses cachorros têm necessidades fisiológicas e comportamentais de saírem à rua, para defecar, urinar, fazer exercícios. Pela quantidade de cães que tem, as ruas ficam infestadas de fezes. Esse volume aumenta o risco de infecção de doenças, não só para as pessoas como também para outros cães”, alerta o professor.
Segundo ele, as crianças são as mais expostas aos ricos. “Elas brincam, caem na rua, mexem em todas as coisas e, obviamente, acabam levando a mão à boca, ao nariz, aos olhos”, explica Franke.
Higiene – As doenças provenientes dos animais, que podem ser transmitidas para os seres humanos, são chamadas de zoonoses e podem gerar problemas graves de saúde, através de agentes como vírus, bactérias e parasitas. A falta de regularidade nos exames, do animal e dos seres humanos, pode ser um fator determinante, segundo afirma a professora Melissa Hanzen Pinna, da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA.
“É muito importante pensarmos que, regularmente, os animais precisam passar por uma triagem sanitária, pois nem sempre as doenças irão se manifestar na sua forma clínica”, ressalta a professora, explicando que até mesmo os alimentos podem ser infectados em casa. “Os proprietários que levam esses animais à rua, para passear, voltam e têm seus hábitos higiênicos, dentro de casa. Eles vão brincar com esses animais e, não invariavelmente, eles podem veicular algum patógeno [agente que causador da doença] para os próprios alimentos”.
Os males causados pela contaminação podem variar: desde problemas mais simples, como o popular “bicho geográfico”, a processos de infecção grave, causando diarréia aguda, desidratação e, se não houver tratamento adequado, o óbito.
A Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, ao ser acionada pela redação do ID126, informou que já foram feitas diversas campanhas de conscientização, em que foram distribuídos saquinhos plásticos aos donos dos cães, no entanto a mobilização ainda não surtiu efeito.
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