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“São Salvador, pedaço de terra que é meu”
- 11/03/2013Iniciativas cidadãs promovem reordenamento na cidade e engajamento dos soteropolitanos
Taís Santana e Yuri Girardi
Lixo jogado nas ruas, monumentos públicos depredados e falta de estacionamento são reflexos de uma cidade abandonada pelos seus moradores e pela gestão municipal. Preocupados com a situação de Salvador, alguns cidadãos passaram a se envolver com movimentos e organizações voltadas para melhoria dos espaços públicos e de resgate ao respeito pela cidade.
Uma dessas grandes ações foi lançada recentemente, o movimento “Salvador, Viva, Ame, Cuide”, que tem como objetivo o resgate do orgulho em viver em uma cidade tão bela como a nossa. A iniciativa partiu do Forúm Empresarial da Bahia juntamente com a Associação Brasileira de Agências de Publicidade-Bahia (Abap-ba), que resolveu se mobilizar no sentido de conscientizar a população para que ela aja de forma autônoma na preservação da cidade.
“A novidade é que os empresários saíram do lugar comum de responsabilizar o poder público e cruzar os braços esperando que esse poder público desse respostas, como se nós não fôssemos também responsáveis”, pontua Renato Tourinho, presidente da Abap-ba e coordenador do movimento.
O projeto ganhou grande visibilidade nas redes sociais, com 7725 curtidas na fanpage no Facebook e 23800 views no Youtube, e tem se intensificado na grande mídia com campanhas na TV. Além disso, conta com apoio de artistas do cenário cultural baiano, como Ivete Sangalo, Saulo Fernandes e Luís Miranda, que ajudam a reforçar a mensagem do movimento com seus depoimentos. Apesar disso tudo, o movimento não demonstra garantir nenhuma mudança efetiva ou ação prática, a não ser reavivar o sentimento de zelo pela cidade em cada cidadão.
350.org – Outros projetos com surgimento anterior a este, também contam com as redes sociais para a disseminação de ideias e reunião entre os engajados. O grupo de voluntários do 350.org é um exemplo de que ações podem ser organizadas por meio das novas mídias. O movimento que é internacional atua em mais de 188 países com a finalidade de promover ações visando chamar a atenção para a situação climática do planeta. O número 350 é uma referência à concentração máxima segura de ppm (parte por milhão) de dióxido de carbono que deve ser encontrado na atmosfera.
Em Salvador, o projeto conta com jovens voluntários que promovem ações que buscam a reflexão dos moradores sobre o lixo jogado nas praias, a falta de transporte eficiente e o crescimento imobiliário desordenado que altera a paisagem da cidade. A primeira ação promovida pelos 350.org foi o encontro Mar Azul, em 2010, uma coleta de lixo promovida no Farol da Barra. Para João Raphael, organizador das ações do 350.org Brasil e coordenador do movimento em Salvador, precisamos entender que a cidade é de todos e para todos.
Outras iniciativas transformam a cidade e conscientizam a população da necessidade de mudança, como o Programa Bairro Escola, atividade colaborativa que é promovida em diferentes locais do país e tem a pretensão de mobilizar a população a transformar bairros em espaços educadores.
Em Salvador, o programa é uma iniciativa do Instituto Inspirare, localizado no bairro do Rio Vermelho, que promove ações juntamente com escolas e organizações não governamentais. A proposta é integrar escolas, moradores, empresários e centros culturais a fim de repensarem a estrutura do bairro. Um dos movimentos agregados pelo programa é o “Canteiros Coletivos”, idealizado pela jornalista Débora Didonê, que promove a melhoria de espaços públicos através do plantio de mudas em canteiros e praças de alguns bairros da cidade. Iniciado no Vale do Canela, em fevereiro de 2012, o projeto já possui ações no Gantois e Engenho Velho de Brotas.
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