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Operação Gota D’água distribui água a famílias no semiárido baiano

- 11/03/2013

Foto: Divulgação / Facebook do Projeto


Levando água para famílias em três cidades baianas, a iniciativa pretende continuar beneficiando outros sertanejos

Gilberto Rios

Uma vez, José Saramago versou que a esperança é como o sal, não alimenta, mas dá sabor ao pão. Com esse gosto é que um grupo mobiliza pessoas para reduzir os danos da seca no semiárido baiano, levando água a famílias em situação de maior necessidade. Intitulado Operação Gota D’água, o projeto já prepara a sua terceira edição após ter passado pelas cidades baianas de Capim Grosso, Mirantes e Nova Fátima.

“Quem se importa com a água? Eu me importo”, estampa o fundo da camisa de Luís Alberto Ferreira, que chega empoleirado no fundo de um caminhão antigo junto com outros treze homens e mulheres, tendo que se apertar com os dez mil litros de água mineral em garrafas de um litro e meio ou tonéis de dez litros.Luís é professor de Português e Literatura em pré-vestibulares e um dos idealizadores da Operação Gota D’água, criada em 2012, quando a seca no semiárido baiano atingia o momento mais crítico dos últimos 30 anos, de acordo com a Secretaria Nacional de Agricultura.

“Sonhava em combater a seca, mas pensava ingenuamente. Não combatemos um fenômeno natural, apenas criamos mecanismos para sobreviver a ele”, diz quando começa a justificar o motivo do projeto. Sem nenhum patrocínio de órgãos públicos ou empresas, a ação se mantém apenas pela solidariedade com a causa: “Não há parcerias, há ajudas. Não somos ONG, não temos afiliação política, nem crença ou religião”, explica.

Camaráguas – Foi no trabalho de Luís que chegaram as primeiras contribuições e também lá apareceram os primeiros voluntários, os “camaráguas”. Um deles foi sua aluna Francisleide Santos, que ajudou na arrecadação de água. De porta em porta, ela levava uma carro-de-mão para conseguir carregar as doações.

“O montante de água arrecadada foi grande(meio caminhão baú) e precisamos de um caminhão baú pequeno para transportar toda a água arrecadada até o quartel da Mouraria”. Não satisfeita, ela e outros camaráguas organizaram um evento infantil que conseguiu levantar dinheiro o suficiente para financiar ainda mais água. “Deu muito certo e o dinheiro arrecadado foi comprado todo de água mineral diretamente na fábrica”, comemora.

 No mesmo ritmo, Edvan Lessa, estudante de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia, conheceu Luís através de sua tia. “Tornei-me operário, mobilizei alguns colegas, e tudo aconteceu”, explica. “Consegui alguns litros de amigos da faculdade e tive que levá-los, dentro de bolsas, para o ponto de coleta inicial, que era a Central Pré-Vestibular, no bairro de Nazaré. Saí da Paralela para a faculdade com alguns litros e, de lá, para a central de distribuição”.

 Edvan fala sobre a estranheza na hora de entregar o fruto de seu esforço: “A Operação Gota D’Água, acredito eu, foi mais assustadora para os sertanejos do que a seca. Ela é previsível. Ninguém espera, porém, que pessoas comuns sensibilizem parentes, amigos, conhecidos e ‘‘estranhos’’ e, com recursos próprios, bata à sua porta para doar alguns litros de água”.

Leia mais:

“Não se combate um fenômeno natural, apenas se criam mecanismos para se sobreviver a ele”

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