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Políticas públicas para a fotografia baiana em foco
- 06/04/2013A fotografia baiana no circuito da Rede de Produtores Culturais da Fotografia do Brasil
Amana Dultra
A fotografia está presente nas memórias que temos de nossas vidas, nos álbuns de família, nos jornais e cada vez mais nas redes sociais. Por causa da importância cada vez maior dessa linguagem, muitos debates vêm sendo suscitados sobre ela. A fotografia é arte? A fotografia é um discurso de verdade? O que é fotografia? Inseridos nesse contexto, os fotógrafos baianos estão em processo de organização crescente.
No dia 19 de março deste ano, o Fórum de Fotógrafos Baianos entregou a Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos, um documento no qual reivindica diretrizes das políticas públicas culturais voltadas para a fotografia. A organização do grupo começou em 2010, após a formação da REDE – Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, em Brasília, em um encontro que reuniu 150 fotógrafos e produtores culturais de todo o Brasil. O 1º Encontro da Rede fomentou o engajamento e a organização nacional dos produtores culturais e fotógrafos.
Em 2012, aconteceu o primeiro Encontro Regional da Rede no Norte e Nordeste (Ennefoto), em Belém. Os fotógrafos baianos que participaram deste evento representaram importantes grupos e instituições da produção cultural fotográfica do estado, como Alessandra Lori (Salvador Fotoclube), Adenor Gondim, Celia Aguiar e Aristides Alves (Fotobahia) e José Mamede (Labfoto). A partir do que foi discutido, esses representantes, junto com Marcelo Reis (Casa da Fotografia) e Manu Castro, organizaram a 4ª edição do Café Fotográfico.
O Café Fotográfico é um evento semestral organizado pelo Labfoto, com produção da Produtora Jr, que se propõe a reunir, em um espaço informal, a reflexão e a prática fotográfica. Na edição do Café “A produção cultural da fotografia na Bahia”, aconteceu uma mesa redonda com o objetivo de relatar as experiências do Ennefoto à comunidade fotográfica baiana e de agregar outras entidades ao movimento, como o Panorama Fotográfico e a Cipó – Comunicação Interativa.
Depois do evento, houve a criação da página Produção Cultural da Fotografia na Bahia para servir como meio de comunicação entre os fotógrafos. A principal decisão da plenária, composta por mais de 83 presentes, foi a organização do 1º Encontro Baiano dos Produtores Culturais da Fotografia.
Conquistas e caminhos do fórum de fotógrafos – Como resultado desse Encontro, houve a produção da Carta de Ondina, contendo as reivindicações do fórum. Esta carta foi entregue ao secretário estadual da Cultura, Albino Rubim, no dia 21 de novembro – quando, segundo o professor Mamede, foi solicitada a criação de um Núcleo de Fotografia na estrutura da Secult. Outra conquista foi a eleição do fotógrafo baiano Álvaro Vilela para o Colegiado Setorial de Artes Visuais do Ministério da Cultura e dos fotógrafos Tito Casal e Emídio Bastos para o Colegiado Setorial de Artes Visuais da Bahia.
O Colegiado Setorial de Artes Visuais é uma instância de consulta, participação e controle social das ações do governo, tendo o papel de orientar e respaldar decisões políticas voltadas para as Artes Visuais.
Além disso, a Funceb está organizando para abril o Seminário de Políticas Públicas para Fotografia, com o objetivo de contribuir para aprofundar a discussão sobre diretrizes e estratégias na aplicação de políticas de fomento, valorização, registro e memória da produção de fotografia do estado. “Consideramos importante a realização deste seminário em um momento em que os produtores de fotografia na Bahia demandam do governo do estado políticas específicas para o setor”, afirma Mamede.
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