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Ambientalista comenta benefícios de iniciativas sustentáveis
- 13/07/2011Pesquisador na área ambiental problematiza sustentabilidade da LEV
Por Bruna Rocha e Josiane Guimarães
O ambientalista Luis Nunes, doutor em Química analítica ambiental, pela Universidade de Berlim, apesar de não conhecer a política de uso das bicicletas elétricas da Lev, faz algumas ressalvas com relação à sustentabilidade do projeto.
De início, Luis atenta para o fato de que se houvesse uma introdução dos hábitos de locomoção com bicicletas elétricas, deveria haver um suporte no nível macroambiental para que a mudança fosse, suficientemente, boa para o meio ambiente.
“Se as bicicletas são elétricas, teremos que gerar energia e abastecê-las de alguma forma e em algum lugar. Como seria a gestão disso, de forma que gerasse menos impacto ao ambiente e seja mais econômico”, alertou.
Além disso, o ambientalista defende que o fato de as pessoas usarem bicicletas tradicionais ou elétricas, não significa, diretamente, que irão preservar o meio ambiente.
“As bicicletas só seriam válidas se, junto com o projeto, houvesse toda uma conscientização/sensibilização popular sobre o cuidado e o respeito que deveríamos ter com o projeto. O fato de andarmos de bicicleta, por si só, não agrega a preservação ambiental”, explicou, justificando que outras medidas simultâneas devem estar alinhadas à iniciativa.
Entretanto, ele reconhece que a utilização de veículos não poluentes deveria ser constante e rotineira, e não apenas como uma opção de lazer, afinal “os automóveis representam algumas parcelas importantes de agressão ambiental, a exemplo do lançamento de poluentes atmosféricos como monóxido e dióxido de carbono (asfixia e aquecimento global), material particulado (crises respiratórias e escurecimento global), compostos de enxofre e nitrogênio”.
O ambientalista aponta que um dos benefícios observáveis na Lev é a falta de ruídos, lembrando que os automóveis também são grandes responsáveis pela poluição sonora, que também “influencia, em vários níveis, a saúde da população”.
Luis acrescenta ainda a “especulação imobiliária (destruição da mata atlântica remanescente e ecossistemas) e má disposição do lixo urbano” como dois grandes problemas ambientais em Salvador.
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