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Árbitra padrão Fifa
- 11/09/2013Filha um ex-árbitro, Daniela Coutinho seguiu os passos do pai e hoje é uma das quatro brasileira que fazem parte do quadro internacional da Fifa
Luana Velloso e Miriane Oliveira
“A arbitragem na minha vida é uma paixão”, esse é o sentimento da baiana de Feira de Santana, Daniela Coutinho, 27 anos, que é uma das muitas mulheres que amam o futebol e a arbitragem. Ela é uma das quatro árbitras brasileiras que fazem parte do quadro da Fédération Internationale de Football Association (Fifa), feito que conseguiu em 2012, e pretende crescer cada vez mais nessa carreira.
Daniela é estudante de Logística, trabalha em uma empresa terceirizada da companhia de energia elétrica do Estado e concilia a carreira de árbitra com o emprego que é flexível. Filha do ex- árbitro assistente, Almir dos Santos Pinto, ela começou seu interesse pela arbitragem ainda na infância. Desde os dez anos de idade ela acompanhava os jogos dos quais seu pai participava junto com a mãe e o irmão.
Aos 17 anos, se filiou à Federação de Futebol de Feira de Santana quando começou a trabalhar com arbitragem. Aos 19, passou a fazer parte da Federação Bahiana de Futebol (FBF), que representa o futebol a nível estadual. Três anos mais tarde chegou ao nível nacional e passou a integrar o quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E finalmente, em 2012, chegou ao patamar mais alto e almejado pelos árbitros, o quadro internacional da FIFA.
Nessa longa caminhada, Daniela afirma que não foi fácil e que tudo o que conquistou foi a base de muito esforço e dedicação. A rotina de treinamentos é contínua para que esteja sempre em forma. Além de fazer musculação e cooper, em três dias da semana, ela faz treinos funcionais na praia para manter o equilíbrio da musculatura, prevenir lesões e melhorar a performance. Ela também realiza simulados com testes físicos às quartas-feiras, tudo isso em preparação para os jogos que acontecem em sua maioria, nos finais de semana.
Segundo Daniela Coutinho, a maior dificuldade dos árbitros hoje, de modo geral, é lidar com a mídia. “O futebol é uma paixão nacional! O árbitro é o centro das atenções durante a partida. Estamos ali para ser neutros e aplicar as regras que sabemos, mas sofremos muito julgamento. A TV apresenta vários ângulos, replay e análises com o uso da tecnologia e o arbitro não tem esse poder, na verdade, temos frações de segundos para analisar um lance e tomar uma decisão”, explica.
Para a árbitra, o reconhecimento vem através dos resultados. “Quando iniciei, eu queria ser FIFA, mas quando vi que dependia muito mais de mim, busquei até conseguir, contudo estou apenas no começo”, reconhece. Daniela já participou de inúmeras competições como Copa do Brasil de Futebol Feminino, Campeonato Baiano e campeonatos internacionais. O certame mais importante que apitou foi o Campeonato Sul-Americano de Futebol Feminino Sub-17 de 2012 na Bolívia, no jogo entre as seleções da Argentina e Uruguai. Mas seu sonho é apitar uma Copa do Mundo, mesmo que seja a feminina.
Daniela também pensa em casar e ter filhos como qualquer outra mulher, porém com a vida corrida que leva tendo que dividir seu tempo entre o trabalho, a faculdade e a arbitragem, essa vontade ainda vai demorar um pouco. “No momento não dá para manter um relacionamento sério. O árbitro tem uma vida útil de 45 anos, mas eu pretendo parar antes para cuidar da minha vida pessoal”, desabafa.
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