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Bairro da Liberdade se destaca na capital baiana
- 13/07/2011Acontecimentos históricos e culturais, comércio e influência afro-descendente marcam o cotidiano do maior bairro negro do Brasil
Por Talyta Almeida e Thaís Caribé
O bairro da Liberdade é conhecido como um dos maiores da cidade de Salvador, com população de aproximadamente 117 mil habitantes, e pelo título de maior bairro negro do país. Durante o período colonial, o local era o importante caminho que unia a capital aos sertões e, com a luta pela Independência da Bahia, a Estrada das Boiadas, como era chamada, passou a ser caminho das tropas que haviam libertado o estado do domínio português, passando, assim, a ser chamada de Estrada da Liberdade.
Desde sua origem, esteve vinculado a acontecimentos históricos e culturais, a exemplo da Festa de Reis, Comemorações pela Independência da Bahia, Caminhada de 20 de Novembro, que o projetam como uma das referências turísticas da cidade. Atualmente, a Liberdade abriga sedes de importantes blocos afros do estado: Ilê Aiyê, Alabê, Oriobá e Blocão da Liberdade. Todos eles desenvolvem ações sociais no bairro, como aulas de dança, capoeira, oficinas de corte e costura, cursos profissionalizantes e cursos voltados para a estética afro, dentre outros.
Outra característica do bairro é o intenso comércio. “Eu sempre gostei de morar lá principalmente por essa facilidade de encontrar tudo no próprio bairro. Ainda hoje frequento quando quero comprar alguma coisa em um comércio mais popular”, diz Cristina Maria Pinto, ex-moradora, que viveu 20 anos na Liberdade, numa época em que, além de comércio completo, tinha cinema, feira livre, escolas etc. Já para Maria da Conceição Andreza, moradora da Liberdade há mais de 60 anos, o comércio do bairro cresceu de forma muito desorganizada, invadindo as ruas. “A quantidade de moradores também cresceu muito e hoje eu percebo que o bairro está um pouco mais violento, apesar de nunca ter sido tão tranqüilo”.
Veja o vídeo “Linha 8, Liberdade, Liberdade”: documentário realizado em 2007 por Rachel Barretto, Carla Cezar, Gilvania Araújo e Marcelo Ismerim, como projeto de conclusão do curso de Rádio e TV da Unijorge.
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