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Bandas filarmônicas na Bahia
- 21/11/2011Importantes para o cenário da música clássica, as bandas filarmônicas são a principal expressão no interior do estado
Por Camila Queiroz e Paula Amor
Para falar de música clássica na Bahia é necessário ir além das suas orquestras. As bandas filarmônicas, espalhadas por todo o estado, desempenham um importante papel na popularização e acesso dos baianos à música clássica especialmente no interior.
As bandas filarmônicas se diferenciam das orquestras por não apresentarem instrumentos de cordas, apenas sopros e percussão. Mais presentes no interior da Bahia, estas bandas são em sua maioria compostas por trabalhadores, como carpinteiros e encanadores, que se reúnem com o objetivo de ensinar e praticar música, dando um caráter amador e comunitário a estas instituições.
As bandas filarmônicas sempre foram uma instituição musical e social muito forte no interior. Heinz Schwebel, diretor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), explica que “a banda filarmônica é ‘a’ instituição musical das cidades do interior, muito mais tradicional do que qualquer orquestra. Estas cidades não têm orçamento para manter uma orquestra sinfônica, ou não tiveram interesse, devido à existência das bandas filarmônicas, que atendiam as necessidades musicais das cidades”.
Apesar de serem orquestras sinfônicas do estado da Bahia, Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) e a Orquestra Sinfônica da UFBA (OSUFBA) atuam principalmente na capital e não alcançam de forma significativa o interior do estado. Um dos motivos apontados por Schwebel é a falta de verbas que tornem possíveis apresentações no interior. “As orquestras não têm orçamento para tocar ali e acolá todo dia. Então o interior sofre demais com isso. Os interioranos são ávidos por música instrumental e não são tão influenciados pela música popular como o soteropolitano é”.
Existe no estado uma iniciativa de apoio às bandas filarmônicas, o Programa de Fomento às Filarmônicas do Estado da Bahia. Gerido pelo governo da Bahia, através da Secretaria de Cultura (Secult) e Fundação Cultural (Funceb), o programa se propõe a realizar ações e projetos de formação musical, manutenção de acervos de partitura, além da compra, conserto e reforma de instrumentos musicais.
A importância das bandas filarmônicas para a música clássica na Bahia não pode ser esquecida. Segundo Schwebel, estas bandas “produziram milhares de composições, e isso tem uma valor fantástico. Esses acervos estão espalhados pelas sedes de filarmônicas, muita coisa tem que ser resgatada”.
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