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Brechó ponto.com
- 06/04/2013A internet pode ser o caminho mais rápido entre você e o seu brechó favorito. Conheça duas histórias – e dois endereços – de sucesso e muito estilo
Raisa Andrade e Thamires Tavares
Não é novidade para ninguém que a internet é uma fonte inesgotável de possibilidades, seja qual for o seu interesse. O que as pessoas estão descobrindo agora é a possibilidade de fazer suas compras em brechós na rede, sem sair de casa. Só no Brasil, mais de 300 páginas são listadas no hall do Sindicato dos Brechós. A iniciativa – sem fins lucrativos ou qualquer caráter legal – pretende apenas apontar para os endereços mais bacanas e seguros da rede de brechós virtuais.
Uma das páginas mais conhecidas e badaladas é o site Enjoei (e tô vendendo) que nasceu de um susto. Há três anos, Tiê Lima observava, admirado, a pilha de roupas que a sua namorada pretendia descartar. “Ela dizia ‘enjoei disso tudo, não quero mais’. E completou: “Vê se tem disponível o domínio enjoei.com.br’. Tinha, eu registrei, fiz o blog e no mesmo dia já estávamos vendendo as coisas”.
O casal tem uma clientela fiel, aproximadamente 700 mil pessoas curtem a fanpage do site no Facebook. Hoje, as peças vendidas são fruto de um enjoo coletivo – as pessoas enviam o que não querem mais e a equipe do Enjoei cobra 20% do valor de venda do produto para fazer uma curadoria da imagem, divulgar e vender. “A gente gosta de ver o pessoal vendendo as próprias coisas. É legal ver alguém de Recife comprando algo de alguém de São Paulo”, diz Tiê.
Vaca Caliente – Carol Andrade, 22, é a mente criativa por trás do Bazar Vaca Caliente. Há um ano e meio, a estudante de Jornalismo da UFBA trouxe para a rede o bazar que já acontecia na sala de casa. A ideia era mantê-lo ativo durante todo o ano e ampliar seu alcance. “Mas acontece que na vida real, onde há trabalho, faculdade e outros tantos projetos, o virtual não funcionou do jeito que pensei. Acabei deixando de lado essa opção até me organizar melhor, embora eu perceba que existem cobranças por parte das clientes”, explica Carol.
O Vaca Caliente voltou para o mundo real e leva as clientes à loucura a cada três meses, mas a internet ainda contribui ativamente para o sucesso do bazar. “Virou tradição fazer uma contagem regressiva postando fotos das peças que vão estar naquela edição. As pessoas já vão na intenção daquela peça, às vezes rola uma disputa em torno do produto”, afirma Carol, que se surpreende com o retorno financeiro e agora tenta equilibrar investimento e lucro de forma que o projeto cresça, mas dentro dos limites que ele possa suportar.
Mais do que um investimento, para a estudante o bazar é uma grande troca de amigas e uma oportunidade de repensar o consumo. “Até agora a diversão é trabalhar com economia criativa, onde o dinheiro chega de forma menos agressiva e, de certa forma, contribui para uma circulação saudável de produtos, deixando um pouco de lado essa indústria da moda tão imponente e arrogante que funciona no Brasil”, ressalta Carol.
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