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Calabar em paz
- 25/11/2011Com a instalação da Base Comunitária de Segurança na comunidade do Calabar, as primeiras ações sociais já começam a acontecer.
Por Gabriel Simões e Lucas Albuquerque
“O Calabar é o bairro mais seguro da Bahia, rapaz”. A frase dita pelo tenente da Polícia Militar Alã Carlos dos Santos, subcomandante da Base Comunitária de Segurança (BCS) do Calabar, é emblemática e nos apresenta uma realidade impossível de ser pensada até o começo deste ano.

O Calabar, representado pela zona vermelha em destaque, faz divisa com o Alto das Pombas e é rodeado por residências da classe média. Créditos: Wikimapia
Desde a instalação da BCS (erroneamente chamada de UPP, nome dado aos modelos do Rio de Janeiro) no dia 27/04/2011, o Calabar passou a andar na contramão das estatísticas soteropolitanas e não registrou nenhum homicídio entre maio e outubro, deixando de ser a comunidade mais violenta da capital baiana, segundo dados da SSP. Antes da chegada da polícia, havia duas gangues rivais que entravam em conflito constantemente pelo controle do tráfico local, como relata Gilson Magalhães, 41, mais conhecido como Ciba, principal líder da Associação de Moradores do Calabar: “Já estávamos acostumados a conviver com traficantes circulando entre as pessoas, portando armas de alto calibre. Era normal” – conta.
Sob o comando do tráfico, os moradores da comunidade eram submetidos a toques de recolher e conviviam com o risco iminente de tiroteios com a polícia ou entre as facções rivais. “Se alguém desse o azar de estar tomando uma cerveja quando um confronto começava, um abraço. Os caras passavam atirando no meio das pessoas que não tinham nada a ver”, conta o PM Soares, soldado da BCS, apontando para os botecos ao longo da rua. Agora a situação é diferente e a rua que, outrora foi campo de batalha, tem a tranquilidade necessária para as pessoas se distraírem sem preocupação, como afirma o soldado Soares: “O pessoal, hoje em dia, fica até mais tarde aí nos bares, jogando dominó e tomando uma cervejinha. Antigamente isso não existia, todo mundo tinha hora para ir para casa”. O zelador Carlos Henrique mora no Calabar e reconhece a mudança no dia a dia do bairro: “Eu não me lembro de tanto tempo sem ter homicídio. Aqui ninguém tinha paz”.
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