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Canadá é principal escolha de quem prefere tentar a sorte fora

- 13/12/2013

Apesar do desenvolvimento do mercado de animação na Bahia, ainda há quem prefira tentar a sorte em mercados mais desenvolvidos

Rafael Raña

Alguns animadores, porém, decidem não esperar o crescimento do mercado baiano. Pensando em formação e qualificação, alguns baianos ainda saem do Estado e até do país em busca de mais oportunidades. É o caso de Daniel Silveira, que decidiu estudar na Escola de Animação de Vancouver, no Canadá. Mesmo com o desenvolvimento recente do mercado baiano de animação, o Canadá continua sendo um polo de atração de animadores baianos.

Marcos Borba, outro baiano que estudou em Vancouver, acredita que “ainda existe um abismo entre nós (Brasil e Canadá), mas está diminuindo muito. Há muitas parcerias de estúdios brasileiros e canadenses produzindo conteúdo de qualidade. O aprendizado com o Canadá é fundamental para o crescimento da animação brasileira.”

O país é uma das grandes potências da Animação, e por isso atrai brasileiros como Igor Correia, que trabalha na Gameloft, uma das maiores empresas de desenvolvimento de jogos eletrônicos para plataformas móveis do mundo.

Desenvolver animações para os games mobile da Gameloft, diz Igor, provou ser uma tarefa mais gratificante que o trabalho que realizava na Bahia. Não somente porque o mercado canadense é maior e mais ágil, mas também porque as condições de trabalho são melhores. Igor afirma que, normalmente, há regulamentação para o trabalho na área, além de não haver informalidade e flexibilidade nas contratações e nas leis trabalhistas, como no Brasil.

Ao trabalharem reunidos na sede da empresa, os animadores possuem uma comunicação mais efetiva e rápida entre si e o gestor de projetos pode aprovar e dar um retorno imediatamente após a conclusão de cada tarefa, o que não acontece num trabalho à distância, realizado por freelancers numa equipe sem sede. Além disso, há uma maior divisão de funções dentro da equipe e a especialização de profissionais contribui para o dinamismo no processo de produção.

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Já no Brasil, tem sido cada vez mais comum a contratação através de prestação de serviços, ou a chamada “pêjotização” – a contratação através de pessoas jurídicas. Como conseqüência, há a desoneração da empresa dos encargos trabalhistas – como férias, 13º salário e fundo de garantia. Ao mesmo tempo, há menos estabilidade nos empregos em produtoras, e a maior parte dos trabalhos existe através de contratos temporários. No Canadá, empresas criadoras de animação possuem um quadro fixo de trabalhadores, cujo emprego possui mais estabilidade e melhores condições sociais devido aos direitos trabalhistas.

O desenvolvimento do mercado canadense de animação é resultado de uma iniciativa de anos atrás do governo local, que, em parceria com as associações de classe, decidiu investir no setor de animação para tornar o Canadá um grande produtor de conteúdo e um mercado avançado. Hoje, o país direciona empresas produtoras para a indústria cinematográfica norte-americana e para a TV do Canadá e dos Estados Unidos, que têm alcance mundial.

Um exemplo disso é o trabalho que Thiago Martins, Animador-Senior da Moving Picture Company, está desenvolvendo para o novo filme da série X-Men, chamado X-men Days of Future Past, que tem estréia prevista para 2014. No Canadá, a demanda por animações é mais frequente e pode partir de variados setores, como o de cinema, games, séries de TV e publicidade.

No entanto, migrar para o Canadá não significa trabalho garantido para os animadores. Daniel Silveira conta que pretende voltar ao Brasil, já que encontrou dificuldade em conseguir emprego depois que concluiu os estudos. Para ele, o mercado na cidade de Vancouver já está saturado: existe muita demanda, mas pouco espaço para novos profissionais.

Este também é o caso do baiano Marcos Borba, que estudou um ano em Vancouver na escola Think Tank Training Centre, mas teve dificuldades após o curso para se fixar lá. Borba conta que o mercado do Canadá também passa por dificuldades próprias: “Estudei em 2006 no Canadá. O mercado de lá continua robusto, mas existem lugares como India e China que estão cobrando um preço muito baixo para animação, fazendo com que muito trabalho saia da América do Norte e vá para esses países.”

Para Borba, o mercado baiano tem muito a aprender com a experiência de intercâmbio com o canadense. “Voltei para o Brasil porque as empresas que tinham interesse em me contratar, ao saberem que não possuo cidadania canadense, não quiseram aplicar com a papelada para gerar o visto de trabalho. E hoje não penso em voltar a Vancouver, estou muito feliz com o que estou conseguindo e acho que ainda há bastante espaço para crescer.”

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