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Caos, sujeira e insegurança refletem a realidade das estações da Lapa, Pirajá e Mussurunga
- 12/07/2011Usuários do transporte urbano convivem com o descaso do poder público nas estações de transbordo da capital baiana
Gisele Santana e Naiana Madureira
Todos os dias, nas primeiras horas da manhã e no início da noite, usuários do transporte coletivo da cidade de Salvador precisam passar por diversas provações até chegarem aos seus destinos. A situação piora quando os pedestres precisam acessar uma das estações de transbordo da cidade. Estes equipamentos, que deveriam oferecer maior comodidade e agilidade para os passageiros, servem de palco para o descaso do poder público.
Responsáveis por promover a complementação do transporte urbano na capital baiana, as estações de transbordo não conseguem oferecer um serviço de qualidade ao cidadão. Filas quilométricas, ônibus lotados, lixo por toda parte, banheiros quebrados e assaltos formam o cenário das estações da Lapa, Pirajá e Mussurunga. Para o usuário da Estação Pirajá, José Pereira, 52 anos, o governo municipal deveria dar maior atenção para estes equipamentos. “A prefeitura deveria olhar para a gente, para os impostos que entram. Nós contribuímos para ter um atendimento melhor”, afirma o ajudante prático do setor industrial.
Na Estação da Lapa a situação chega a ser bem pior. Com a estrutura física seriamente comprometida, órgãos como o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (CREA-BA), o Ministério Público Estadual (MP) e a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), recomendam a reforma imediata do local. Em uma vistoria realizada em 2006, o CREA-BA já havia verificado a falta de manutenção periódica e preventiva do terminal, no relatório da vistoria o órgão afirma que “a Estação não é acessível para a diversidade da população, sujeitando as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, os idosos, gestantes e crianças a todo tipo de constrangimento, desde o acesso até a utilização completa do terminal”.
De acordo com o Ministério Público cerca de R$ 26,4 milhões já estariam alocados via Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) para a reforma da Lapa. Um projeto desenvolvido pela FMLF já foi apresentado à população, mas as obras não têm data para começar. De acordo com o projeto, serão colocados três elevadores para acesso aos três pavimentos, no subsolo uma das pistas deverá ser retirada e serão abertos dois vãos para melhorar a iluminação e ventilação do ambiente, além disso, haverá a integração entre as linhas ônibus e o metrô, que ainda não foi concluído.
A Estação Mussurunga, o mais novo e conservado terminal da cidade, também passa por problemas. A falta de sinalização faz com que passageiros não saibam exatamente onde começa ou termina as longas filas. Os banheiros são mal conservados, cabines sem porta e lixo mal acondicionado são elementos constantes, além disso, os ambulantes afirmam que a administração da estação não oferece limpeza para o local. “Nós pagamos uma senhora para fazer a limpeza dos banheiros, tem que ser assim porque eles não fazem e nós precisamos utilizar os banheiros”, afirma um ambulante que não quis se identificar com medo de represarias.
Procurados pela redação do Impressão Digital 126, a Secretaria Municipal dos Transportes Urbanos e Infraestrutura de Salvador (Setin) e a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) não quiseram conceder entrevista para esclarecer os problemas levantados durante a reportagem.
Confira no vídeo abaixo, a situação das estações de transbordo de Salvador e o que os usuários dizem sobre os problemas de cada uma.
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