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Chips inteligentes que conectam tudo
- 06/04/2013Internet das Coisas, Big Data… entenda como esses conceitos estão mais próximos da sua vida do que você imagina
Gilberto Rios
Um dos campos atuais de desenvolvimento é o que se denomina como Internet das Coisas. A ideia é fundamentada no princípio da criação de um sistema global de registro de bens a partir do uso de um Código Eletrônico de Produtos, possibilitado pelas tecnologias wireless (sem fio) e RFID (Identificação por Radiofrequência). A intenção é a de criar um mundo em que todas as coisas se conectem entre si e, assim, facilitar o dia-a-dia das pessoas.
Doutor em Sociologia e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-UFBA) e do PóSCOM, André Lemos, que pesquisa a Internet das Coisas, escreveu em seu blog, Carnet de Notes, sobre a importância de incluir as pessoas neste processo e, em um trocadilho dele, possibilitar que “a Internet das Coisas seja também a internet das pessoas”. Para ele, “o importante é que haja do lado do sistema administrativo um uso justo e respeitoso dos direitos de privacidade e anonimato dos cidadãos e, do outro, que eles possam criar dispositivos e objetos que ampliem a sua compreensão do espaço e produzam sentido na sua relação com a cidade”.
André atenta para a participação das pessoas nesse processo em vista de um outro conceito que surge elencado ao de Internet das Coisas. Se tudo produz informação, o mundo se transforma numa enorme base de dados e aí aquele velho jargão de que vivemos na “era das informações” ganha outra dimensão. Essa é a explicação para o que está sendo chamado de Big Data [Mundo dos Dados, em tradução livre]. Assim, o que resta é interrogar os usos possíveis e as implicações que essa miríade informacional tem na nossa vida.
Um aplicativo para iPad desenvolvido pela equipe do projeto The Human Face Of Big Data, iniciado em 4 de dezembro de 2012, na Califórnia (EUA), agrega em tempo real informações sobre o volume de conteúdo lançado na internet via redes sociais como o Twitter. The Human Face Of Big Data é uma iniciativa ambiciosa que envolve mais de cem profissionais de diferentes partes do mundo, entre escritores, designers, fotojornalistas e ilustradores que resultou também num livro-coletânea, cujo conteúdo pode ser lido no site do projeto. O aplicativo, que pode ser comprado por US$ 2,99 na Apple Store, tem números que se atualizam constantemente e já constam mais de bilhões de dados enviados entre fotos no Instagram e mensagens lançadas no Twitter.
Para o futuro – Sara Prado, graduanda em Comunicação (Produção Cultural) pela Facom-UFBA e integrante do Grupo de Pesquisa Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais, investiga sobre o Big Data e suas possibilidades para a área publicitária. Para ela, o momento é de muita aposta, já que tudo ainda é muito embrionário. “Os exemplos de recolhimento de dados que geraram informações consideradas Big Data ainda usam poucos dados vindos por radiofrequência, porém, acredito que ainda é uma fonte de dados que vai ser bem utilizada”, explica.
“A ideia de uma etiqueta com dados sobre os produtos que temos à mão, ou que transmita automaticamente todo dado colocado em um aparelho móvel, ou, ainda, que identifique dados relacionados a alguém na internet, nos possibilita observar a dimensão dos avanços tecnológicos que temos hoje. A internet faz parte da nossa vida até mesmo em pequenos objetos que facilitam nosso trabalho”. Se as possibilidades de informações dentro do conceito Big Data são inúmeras, por enquanto, Sara diz que pouco ou quase nada existe como referências de casos em Salvador e, também, no Brasil.
Utilizações presentes – Casos bem-sucedidos de aplicação do Big Data já são uma realidade em alguns países e já estão documentados. “É o caso da rede de varejo Dollar General, que colocou etiquetas RFID em seus produtos para monitorar o que seus clientes colocavam no carrinho. Ao final, eles conseguiram perceber que os clientes que compravam uma marca famosa de energético tinham mais chances de levar laxante para casa, por exemplo”, cita Sara Prado.
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