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Compras em sites internacionais conquistam brasileiros

Em busca de preço baixo e boa qualidade, o consumidor brasileiro busca cada vez mais produtos em sites internacionais

Marina Baruch

Preço baixo e qualidade alta. É isso o que buscam as pessoas que costumam fazer compras em sites internacionais. Além disso, a grande variedade e a possibilidade de encontrar produtos que não são vendidos no Brasil são atrativos que conquistam os consumidores brasileiros. “Comprar em sites internacionais é muito tentador. As coisas são bonitas, diferentes e os preços são surreais quando comparados aos daqui”, diz a estudante Catherine Santos, que estima já ter comprado entre 80 e 100 itens apenas no Ebay.

As encomendas em geral levam pelo menos 15 dias para serem entregues quando saem dos Estados Unidos ou da Europa. No entanto, a maioria das mercadorias vem da China e de outros países do Oriente e, nesse caso, costumam levar entre 30 e 60 dias para chegar na casa do comprador.

Catherine começou a comprar em janeiro de 2010 por influência de amigas e, mesmo sem ter recebido a primeira encomenda, não conseguiu parar. “Eu pensei em desistir de comprar, mas via as coisas das minhas amigas chegando e comprei de novo”, conta. Hoje, ela compra roupas, acessórios, produtos para casa e cosméticos, e nem faz ideia de quanto dinheiro já gastou com as encomendas, mas sabe o quanto economiza. “Uma das compras que fiz foi uma camisa de manga longa que custou US$20. Em um shopping aqui no Brasil ela sai por R$200”, diz.

A arquiteta Bia Lima, que também é consumidora frequente do Ebay, começou a comprar em busca de produtos de maquiagem com preços mais em conta. “Geralmente, os preços do Ebay são menores do que em outras lojas virtuais de maquiagem. Sem contar que o frete muitas vezes é grátis. No Brasil, isso só é possível quando a compra tem um valor muito alto”, compara. Além de cosméticos, Bia costuma comprar roupas, acessórios e eletrônicos.

Mas nem só de Ebay vive o consumidor de internet. Bia e Catherine já compraram em outras lojas internacionais especializadas em moda e cosméticos e garantem que, mesmo que não seja possível experimentar os produtos antes de comprar, é mais vantajoso do que ir ao shopping. “A outra desvantagem desses sites é que as encomendas demoram muito pra chegar”, conta a estudante. Bia também se incomoda com a demora e com o fato de não poder provar os produtos, mas continua comprando. “Uma vez recebi um relógio que comprei na loja virtual da Asos e pessoalmente ele era maior do que eu imaginava. Ficou enorme no meu pulso e eu acabei dando a uma amiga. Mas os produtos são tão baratos que vale a pena arriscar”, avalia.

A arquiteta Bia Lima montou um look completo com as coisas que comprou online | Foto: Reprodução/Facebook

Taxas – As compras levam pelo menos trinta dias para serem entregues e, por serem importadas, correm os risco de ser taxadas pela Receita Federal. De acordo com o órgão, deve ser cobrado 60% sobre o valor dos bens constante na fatura. Encomendas no valor total de até US$50 estão isentas dos impostos, desde que sejam transportadas pelo serviço postal e que o remetente e destinatário sejam pessoas físicas.

O estudante de Engenharia Eduardo Meireles teve uma encomenda retida pela alfândega no ano passado, quando comprou suplementos alimentares no site Vitacost. “Recebi uma carta dizendo que o produto estava em uma agência dos Correios e tive que ir até lá pagar a taxa e retirar a mercadoria. Caso contrário, ela seria enviada de volta para o remetente”, conta. Mesmo com as taxas, o valor pago pelos suplementos foi menor do que o encontrado no mercado brasileiro.

O mesmo aconteceu com Bia Lima. “Quando fiz a compra, já imaginava que seria taxada, mas mesmo assim efetuei o pagamento. Pelas minhas contas, ainda assim a compra sairia mais barata do que se fosse feita aqui no Brasil”, explica. A estudante Catherine compartilha da mesma opinião. “Nunca fui taxada de forma exorbitante. Os produtos que comprei pela internet seriam muito mais caros aqui mesmo com as taxas, ou nem chegam a ser vendidos no Brasil”, diz.

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