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Da geladeira para a balança: viciados contam como apps interferem em suas vidas

Quem se rendeu aos aplicativos para organizar a vida já não consegue viver sem eles – seja para trabalhar, se orientar, brincar ou até fazer dieta

Renato Alban e Thais Borges

Entre o iPad, o iPhone e o Galaxy S3, a assistente social Sandra Matos, 45 anos, tem quase 250 aplicativos diferentes. Desde que começou a fazer o download dos apps, ela diz perder a noção do tempo que gasta com os gadgets. “Toda hora recebo uma notificação, daí fico checando o celular a cada cinco minutos”, conta. Mas será que ela consegue lidar com todos ao mesmo tempo?

“Claro! E organiza minha vida. Se não fossem essas notificações, não conseguiria lembrar de fazer muita coisa”. Como exemplo, Sandra cita o aplicativo do quadro Medida Certa, exibido pelo programa Fantástico da TV Globo, no ano passado. A aplicação, que traz desde dicas de exercícios físicos e do ganho de massa muscular, foi criada depois que os apresentadores Renata Ceribelli e Zeca Camargo aceitaram participar do quadro para perder peso. Assim como eles, Sandra também conseguiu aliar o aplicativo à nova dieta.

“Não estava me baseando no Medida Certa, mas estava fazendo uma dieta. Foi com a ajuda dele que consegui criar o hábito de comer a cada três horas. É engraçado, porque, do nada, ele fala ‘é hora do lanche!, ou ‘que tal uma fruta?”, diz, aos risos, referindo-se aos avisos do app. Apesar de não ter sido a principal razão para a perda de peso, o Medida Certa ajudou na meta da assistente social: desde dezembro, ela já perdeu 14 quilos.

Agora, a meta é outra: beber mais água. No Galaxy, ela fez o download do Robozinho da Água. Esse é indicado para quem não costuma lembrar de beber água durante o dia. “Estou tentando beber um copo com água a cada meia-hora. Mas ainda estou no começo, por isso ainda não criei o hábito”, admite.

Assim como Sandra, a designer Morgana Miranda, 25, também teve ajuda de um aplicativo para emagrecer. “Eu resolvi que queria perder peso e passei a usar o My Fitness Pal para controlar a quantidade de calorias que eu comia. A partir do momento que eu soube quantas calorias algumas coisas tinham, diminuí quantidades e dei preferência para outros alimentos, mas sem deixar de comer nada”. No fim das contas, ela acabou perdendo dez quilos.

Do trabalho à diversão – Mas o costume de  usar aplicativos não fica só nisso. Apesar de gostar de jogos, ela elege os apps de organização como os seus preferidos. “São bem úteis, principalmente porque sou meio esquecida. Então, acabo usando muitos aplicativos como lembretes e calendário”. Além disso, ela usa quase  diariamente aplicativos para acessar e-mail e contas bancárias. “Se eu estou esperando algum e-mail importante ou preciso fazer um pagamento, dá para fazer tudo na rua”, garante.

Já a estudante Brenda Aguiar, 12, prefere os aplicativos em que pode editar fotos e vídeos. “Sou viciada no Instagram, por isso gosto de variar um pouco nos filtros, usando outros aplicativos. Agora, como ele aceita vídeos também, fica ainda melhor”, revelou, referindo-se à rede social que também é um aplicativo.

E, apesar de não ser o ideal para os vídeos do Instagram, Brenda já escolheu seu atual aplicativo preferido. “É o Video Star. Com ele, eu posso escolher uma música e fazer gravações ao longo do tempo da música. Faço vídeos com minhas amigas sempre, pelo iPad”, contou. Além do tablet, a estudante tem um iPhone e um iPod Touch, no qual tem 160 aplicações. Desses, a maioria é de jogos.

“Meu maior vício era o The Sims Free Play, porque eu ficava criando personagens. Você coloca nomes, cria a vida deles, como no jogo de videogame. O problema é que, como eu estou sempre com o celular, ficava entrando até na escola. Perdia muito tempo”. Depois de perceber que não estava mais conseguindo lidar com as obrigações escolares, ela tomou uma decisão: excluiu o aplicativo.
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