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De pé sobre o mar
- 16/07/2013Mais democrático que o surf, o Stand Up Paddle está ganhando espaço por ser uma modalidade fácil e acessível para pessoas de todos os tipos e idades
Fernanda Sobral
O nome pode até ser estrangeiro, mas o Stand Up Paddle, ou SUP, já se espalhou pelo Brasil e promete tomar conta do litoral soteropolitano. Segundo números da Associação Baiana de Stand Up Paddle (Abasup), estima-se que em Salvador já exista mais de mil praticantes. O esporte, que constitui-se essencialmente do ato de remar em pé sobre uma prancha, foi popularizado no início da década de 60 por um grupo de instrutores de surf nas praias do Havaí. A modalidade chegou no Brasil em 2005 por meio de dois surfistas big riders (especialistas em ondas gigantes), Haroldo Ambrósio e Jorge Pacelli, que trouxeram pranchas mais modernas para o Brasil e juntos inovaram para aperfeiçoar as técnicas deste esporte.
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Matéria realizada para o Telejornal 360 GRAUS, produto da Oficina de Telejornalismo da FACOM/UFBA, 2012.2.
Produção e Reportagem: Natália Reis | Imagens: Wendel Wagner | Edição: Henrique Duarte e Natália Reis
Get up, stand up – unindo o útil ao agradável – Ivan Floater, presidente Absup, afirma que o SUP é ideal para quem busca aliar atividade física com qualidade de vida. “A prática traz equilíbrio para o corpo e para a mente, paz interior, integração com a natureza, além de uma melhora considerável da postura. Como exercício aeróbico, melhora o condicionamento e mexe com músculos que, normalmente, só trabalham com exercícios específicos”, explica Ivan.
“O SUP é excelente para quem quer perder calorias e tonificar o corpo. Ajuda a fortalecer as pernas, tonifica os músculos, braços e abdômen, melhora muito a postura e o equilíbrio”, afirma Verônica Guerra, personal trainer e professora de Educação Física.
José Augusto Carvalho, instrutor de SUP, acredita que a procura pelo esporte aumentou porque a prática não exige pré-requisitos e também não tem contraindicação. “Eu tenho alunos com todo tipo de preparo físico e idades que variam entre 8 e 60 anos. Qualquer pessoa com um mínimo de equilíbrio e disposição pode aprender”, garante.
A democracia do esporte só colide nos custos. Em Salvador, o preço da aula varia entre R$ 60 e R$ 120 e um equipamento completo (prancha e remo) não sai por menos de R$ 3.000, porém é possível encontrar no mercado equipamentos usados por preços menos salgados.
Falta apoio para o crescimento em competições – Um dos responsáveis por trazer o Stand Up Paddle para Salvador foi o surfista e empresário Gustavo “Kombi” Costa. Em 2008, com a ajuda de amigos, ele construiu a primeira prancha protótipo e tomou gosto pelo esporte logo na primeira remada. Depois de dois anos treinando diariamente, ele sentiu que tinha potencial para competir no Circuito Brasileiro de SUP e em sua primeira competição faturou o segundo lugar. Em 2012, Gustavo correu todas as etapas e foi campeão brasileiro em sua categoria.
A atleta baiana bicampeã brasileira na modalidade e atual segunda colocada no ranking brasileiro de SUP race, Babi Brazil, se interessou pelo esporte depois da insistência de amigos. “Eu já remava de paddleboard (modalidade de remada em que o atleta rema deitado ou de joelhos) há cinco anos, mas comecei a remar de SUP há três”. Babi treina todos os dias no Porto da Barra e, além de competir profissionalmente, também administra e dá aulas em sua escola de Stand Up.
Babi e Gustavo competem sem receber qualquer tipo de patrocínio oficial. “Eu tenho apoio da empresa onde trabalho, de amigos e de uma loja de vestuário, mas o resto sou eu quem banco”, explica Gustavo. Babi está em uma situação parecida e conta que é desestimulante e muito difícil competir sem apoio financeiro. “Competições exigem viagens e, como o SUP não é um esporte olímpico, o governo não oferece nenhum tipo de incentivo. Sem patrocínio fica tudo mais complicado e tenho que escolher as etapas que ficam mais em conta”, lamenta.
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