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Donos de animais adotados falam porque decidiram acolher os bichos

- 16/07/2013

Em uma cidade com grande número de animais abandonados, como Salvador, “adotadores” contam como acolheram seus novos bichos

Juliana Almirante e Marina Baruch

O abandono de animais é tão comum que, de acordo com balanço divulgado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em 2012, a população de rua, somente de cães, chegava a 60 mil na cidade. Até mesmo os donos de bichos que procuram atendimento no Hospital de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (EMV – UFBA) costumam deixar os animais por lá. “Muita gente abandona, mas nós não possuímos abrigo. O que podemos fazer é intermediar a adoção. Alguns animais são adotados por outras pessoas que procuram o hospital, outros por meio de ONGs que entramos em contato para viabilizar o processo”, explica o diretor da unidade, Carlos Humberto. Segundo ele, o hospital também pode dar descontos em procedimentos veterinários, como a vacinação e a castração, se o paciente for adotado e o novo dono não tiver condições financeiras para arcar com os gastos. “E se o animal tiver alguma doença que servir de estudo para alguma aula, nós atendemos gratuitamente”, afirma.

A economista Tereza Pozetti resolveu receber outro animal em casa quando o seu cachorro de estimação, o dachshund Charlie, ficou doente, para fazer companhia a ele. Foi assim que adotou, há cerca de três anos, a vira-lata Paris, que acompanhou até o fim da vida.  Para Tereza, a nova amizade foi importante para Charlie nos seus últimos meses. “Quando Paris chegou, Charlie ficou mais comportado e eles foram muito companheiros. Ele adotou Paris e Paris adotou ele”, conta. A decisão de adotar foi tomada quando uma conhecida encontrou filhotes abandonados na rua e os recolheu. “O destino de um animal que não tem raça é morar na rua, porque ninguém quer cuidar. Então eu decidi entrar na boa política da adoção”, explica a economista.

Ao passear com Paris em uma praça perto de casa, na Pituba, Tereza encontrou a jornalista Heliana Frazão, que alimenta e cuida dos gatos abandonados que ficam por lá. “Quando tem adoção em vista, levo o bicho para ser castrado e tomar vermífugo. Custeio tudo”, diz a jornalista. Depois, o gato é doado com kit completo: caixinha de areia, ração, pratinhos de água e comida. Heliana estima que já fez o trabalho com mais de 50 gatos e 10 cachorros.

Um dos gatos tratados por ela foi adotado por Tereza há cerca de um mês. “Sempre que passava pela praça eu via gatinhos abandonados e pensei em adotar um. Quando vi a foto de um deles no [perfil no] facebook de Heliana, achei lindo e resolvi pegar”, conta a economista. No mesmo dia, Miró, como foi chamado, chegou à casa de Tereza para adaptar-se à cadela Paris. “No início ela ficou meio surpresa, observando o gatinho, mas logo se acostumou. Hoje, Miró acha que Paris é mãe dele”, brinca.

Carminha foi encontrada no lixo e virou o xodó da família de Renata. Foto: Arquivo Pessoal

Também na tentativa de que mais um bichano não ficasse nas ruas exposto a riscos, a professora Renata Reis resolveu acolher a gata encontrada em um cesto de lixo no bairro de Pernambués, enquanto caminhava com uma prima de cinco anos, que ouviu o miado do animal. “Ali tem muitos casos de maus tratos a animais, muitas vezes encontramos mortos. Por isso fiquei com medo de que esse fosse o mesmo fim dela”, conta. Batizada como Carminha, a felina recebeu tratamento contra pulgas, vacinação e castração. Renata lembra que, no começo, sua família apresentou resistência com a chegada do animal em casa, porque não queria alterar a rotina e assumir os gastos financeiros para criá-lo. “Mas ela já virou parte da família e todo mundo é apaixonado por ela. É um caso de amor incrível. Carminha tem uma coisa que cativa mesmo”, define.

ONGs que viabilizam adoção:

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Blog de adoção da União Protetora de Animais (Upas)
Blog de adoção da Associação Brasileira Protetora dos Animais Seção Bahia


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