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Dos jogos escolares à árbitra de handebol
- 11/09/2013Árbitra há cinco anos, Patricia Viana fala da carreira e dos objetivos atuais na profissão
Luana Velloso e Miriane Oliveira
Patricia Viana, 30 anos, começou seu contato com o handebol quando criança, aos 10, ainda no Instituto Nossa Senhora do Sallete, em Salvador. A convivência com o esporte seguiu até o ensino médio, mas foi na faculdade, cursando Educação Física, que ela ficou sabendo do curso de árbitro oferecido pela Federação Bahiana de Handebol (FBHb). Formada desde 2008, atua há cinco anos como árbitra estagiária – categoria que apita apenas os jogos locais.
São vários os estágios pelos quais o árbitro passa até atingir a categoria principal nos esportes e Patrícia Viana está nesse caminho. Atualmente, ela está fazendo testes para subir de categoria na arbitragem do Handebol, de estagiária para a estadual, mas não quer parar nesta categoria e contou que tem o sonho de fazer parte do quadro nacional de árbitros. No Handebol, do estagiário até a categoria regional é necessário que o árbitro atue por dois anos em cada.
Segundo Patrícia, o reconhecimento vem com o tempo e é o que a deixa mais feliz na atividade. “Foi muita briga, muitas coisas que eu tive que ouvir. Muita cobrança. Mas hoje sou respeitada como árbitra. O reconhecimento me deixa muito feliz. As meninas comentam que admiram a minha postura por não desistir mesmo ouvindo muita coisa desagradável. Tem que ir para cima e punir mesmo”, conta.
Patricia diz ainda que a arbitragem é uma atividade que lhe dá prazer. “É um outro mundo em relação ao meu dia a dia. Quando eu venho para qualquer campeonato, é como se eu estivesse me desligando de tudo e é um prazer imenso”. Ela conta que também teve o apoio da família e que depois que se tornou árbitra, seu irmão pensa duas vezes antes de xingar o juiz.
Diferente do que acontece em outro esportes, no handebol os jogos femininos são mais acirrados do que os jogos masculinos. “O jogo feminino é sempre muito pegado, tem muito contato, então o árbitro tem que ter atenção redobrada. No jogo masculino, não há tanto contato, é até um pouco mais tranquilo e claro para apitar as jogadas, mas a gente tem que correr mais, por isso é tão importante estar bem condicionada”, explica Patricia Viana.
“Para ser árbitra não há a necessidade de se masculinizar, você pode permanecer feminina. A gente sempre busca estar bonita. Acho que não há necessidade da mulher estar com uma postura de homem só para se impor e fico triste quando vejo alguma árbitra fazer isso”, opina Patricia que não abre mão de usar um batom, brincos pequenos, tudo de maneira discreta para que não chame a atenção.
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