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Economia criativa marca o mercado musical de Salvador
- 04/02/2013Iniciativas criativas impulsionam a cenário local
Daniele Silva
Bens e serviços intangíveis que contam com o capital intelectual, conteúdo criativo e valor cultural e comercial caracterizam a nova economia: a da criatividade. A economia criativa é baseada na produção de cultura e da inteligência criativa, gerando fonte de renda.
De acordo com Minom Pinho, produtora cultural baiana e sócia-diretora da Casa Redonda Cultural, localizada em São Paulo, em oficina Economia Criativa e Empreendedorismo Sociocultural Sustentável, realizada em Salvador, é preciso entender que há uma nova economia baseada em um bem intangível, que é a criatividade. “E este é o momento de plantar as sementes, nesta imensa potencialidade de culturas intangíveis que é a Bahia. E os profissionais do ramo cultural têm que aproveitar esta mudança e pensar em redes de colaboração, que desenvolvam a economia e a cultura local”, ressalta Minom.
Para acompanhar esta mudança pela qual passam a economia e a cultura mundial e local, músicos, artistas e produtores musicais têm utilizado a criatividade para inovar em ações e projetos, que fomentam o desenvolvimento e propõem a reestruturação da cena musical em Salvador. Bandas como Rumpillez, Sanbone, Dão e a Caravanablack e Baiana System vêm ganhando destaque não só pela qualidade musical, mas pela criatividade e inovação que usam como diferencial. A mistura de ritmos, estilos e instrumentos garantem uma singularidade ao som produzido, que a cada show amplia o público apreciador.
Festivais e projetos independentes também têm movimentando a música na capital baiana. O Encontro de Compositores, que reúne compositores mensalmente no Cabaré dos Novos, no Teatro Vila Velha, é um bom exemplo, de como a criatividade e o pensar coletivamente geram oportunidades de crescimento individual e para o setor que os atores estão envolvidos. De acordo com Jarbas Bittencourt, compositor, diretor musical e um dos idealizadores do projeto, o Encontro nasceu da necessidade de criar uma programação musical para o Cabaré dos Novos, espaço que tem vocação para shows pequenos, sem bandas, para reduzir os gastos e viabilizar a realização dos espetáculos sem patrocínio.
“É caro fazer show. Você que é artista solo já começa o projeto pagando, pois tem que contratar músicos, pagar estúdio, alugar uma pauta, contratar técnico de som. Então, tivemos a ideia de enxugar e esteticamente validar isso com um compositor apresentando suas canções da forma mais crua possível, da forma como ele faz as músicas”, comenta Jarbas. O Encontro é, sobretudo, um evento que gera negócios. Além de promover mais de 20 empregos diretos, funciona também como uma vitrine estratégica para os compositores, que cantam suas músicas para um público formado por músicos, com a intenção de despertar o interesse deles em gravar canções ali apresentadas.
Iniciativas como o Qualicultura, também tem promovido mecanismos para o fortalecimento do setor cultural na capital baiana. O projeto é uma ação da parceria entre o Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Estado da Bahia (Sebrae-BA) e a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult)e visa impulsionar o potencial da produção cultural. Segundo a gestora do Qualicultura no Sebrae, Renata Souza, o objetivo do projeto é promover os segmentos da economia criativa, qualificando os empreendedores e estimulando a participação em editais de fomento à cultura.
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