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Economia Pet

Christina M, Jade S, Labelle F, Mariana G. - 14/12/2022

Novos membros de uma família multiespécie

A família tradicional brasileira tem se reconfigurado. A proposição não aponta para a ruptura com o patriarcalismo, a monogamia e a heterossexualidade – perdoe-nos os mais utópicos. Os novos arranjos familiares são caracterizados pela inclusão de novos membros: os pets. Desta forma, a relação entre animais humanos e animais não-humanos supera a perspectiva antropocêntrica de dominação do homem sobre a natureza, para constituir-se diante de uma evolução social, marcada pela troca mútua de afetos, que reverbera na economia, impulsionando um mercado destinado para esses animais, sob a prerrogativa da garantia do seu bem-estar.

O economista Antônio Carvalho observa que as famílias brasileiras têm aderido ao movimento de inclusão dos pets no ambiente familiar, e considera ser essa a principal razão para o crescimento do segmento de mercado voltado para os cuidados com animais domésticos. “Nas últimas décadas, é perceptível o encolhimento do tamanho das famílias brasileiras. Inversamente proporcional ao encolhimento, está o crescimento da presença dos animais domésticos nas famílias. As famílias diminuem em pessoas e aumentam em número de animais. Consequentemente, os novos membros – como são tratados – demandam higiene, alimentação, estética, cuidados médicos e uma série de outros aspectos que impulsionam o chamado Mercado Pet”, pontua o especialista Professor da Pós Graduação em Economia da UNIFACS.

Em texto publicado na Revista Brasileira de Direito Animal (RBDA), a pesquisadora e procuradora do Estado de São Paulo, Alessandra Ferreira de Araújo Ribeiro, explica que os afetos são um dos principais fatores a serem analisados quando se trata da relação construída entre seres humanos e não-humanos. E, a partir dele, é criado o conceito de “guarda responsável” do animal doméstico, para que ele também possa usufruir de boas condições de vida. 

“A domesticação dos animais ocorreu não só como uma parte da evolução humana, no sentido de sobrevivência, como também no sentido afetivo. Olhando a evolução da nossa espécie – a doméstica das plantas e animais – tendemos a ficar restritos à questão da sobrevivência e da sedentarização do homem. Porém ao longo do tempo os animais passaram não só a fazer parte das nossas vidas como facilitadores – transporte, segurança e alimentação – mas também como companhia e afeto”

considera a professora de História Lívia Polachini formada pela Universidade do Oeste Paulista. 

Mercado Aquecido

O investimento no setor de serviços para pets em Salvador, apesar de não ser um fenômeno recente, vem registrando crescimento significativo nos últimos anos. Desde setembro, a cidade tem uma norma que permite a presença de cães e gatos em restaurantes e outros tipos de estabelecimentos comerciais. 

A liberação demonstra um aceno da capital para se tornar um município ‘Pet Friendly’ (amigo dos animais domésticos), em um esforço para atender às novas demandas de tutores soteropolitanos e mostra a influência do crescimento da economia pet em Salvador. 

Para Ana Paula Canavarro, dona da AuAu Creche Canina, primeiro empreendimento do tipo criado em 2017 na cidade, o mercado pet sem dúvidas vem crescendo exponencialmente nos últimos anos em Salvador. 

“É a economia que mais cresce juntamente com o setor de estética e embelezamento. Sem dúvidas, acredito que este é um mercado que vai crescer ainda mais”

opina Canavarro

Em 2021, o faturamento de franquias de saúde e beleza no Brasil chegou a quase R$40 bilhões. Entre 2014 e 2019, o setor cresceu 567% e  seu número de profissionais aumentou de 72 mil para mais 480 mil neste período. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Já o mercado pet cresceu 27% no ano passado e faturou cerca de em R$51,7 bilhões.

“Fomos pioneiras nessa área aqui em Salvador e nesses cinco anos percebo que a procura por esse tipo de serviço tem crescido cada vez mais”. Ela constata a grande procura dos serviços de bem-estar animal e o surgimento de outras empresas grandes como concorrentes desde que ela e a sócia, Renata Levindo, fundaram a AuAu, tendo como inspiração creches caninas que já existiam na cidade de São Paulo. “Hoje, não conseguimos mais atender toda a demanda que é imposta para a gente, então acredito que o setor de bem-estar animal ainda vai se expandir bastante aqui”, afirma a empresária. 

Canavarro conta que a princípio não começou a investir na área pela questão financeira, mas por necessidade própria. “Tenho dois cachorros grandes que sempre demandam um cuidado redobrado, então foquei na área de bem-estar canino porque sabia que outros tutores também tinham essa demanda”, justifica. 

Ana Paula Canavarro e Oreo, seu pet. 
Crédito da foto: Arquivo Pessoal.

A procura pelos serviços de cuidados para pets cresceu ainda mais durante a pandemia de coronavírus. De acordo com o Instituo Pet Brasil, durante o período agudo, o mercado pet registrou alta de 42,5%, passando de R$35,3 bilhões de faturamento em 2019 para R$51,7 bilhões em 2021. No ano passado, o mercado cresceu 27% e a projeção do IPB (Instituto Pet Brasil) para este ano é uma alta de 22% em faturamento.

Camila Botto, sócia diretora do Club do Focinho junto à Luís Fernando Pereira, é uma jornalista que decidiu começar a investir no mercado pet no ano passado. Menos de dois anos após a abertura do hotel canino, Botto revela que o negócio já é autossustentável e gera lucro. “Abrimos nossa sede em Piatã em abril de 2021 e nessa época éramos só eu, meu sócio e dois monitores. Aos poucos fomos crescendo e hoje a nossa equipe já é composta por oito pessoas. Além disso, acabamos de abrir a nossa segunda unidade que fica na Região Metropolitana e é muito maior do que a nossa matriz”, explica. 

Foi durante a pandemia quando Botto percebeu que a relação dos tutores com os animais mudou, principalmente por conta do isolamento: “Por isso começamos a ofertar o serviço, mesmo com a pandemia. Os negócios pet não precisavam e nem poderiam parar durante o período”, afirma. Ela assegura que o retorno financeiro é muito bom. “Não somos milionários, mas lucramos razoavelmente todo mês com uma base de clientes fixa”. Botto diz que o Club do Focinho atende diariamente, de segunda a sexta-feira, 50 cães. Além disso, o negócio também lucra com as hospedagens avulsas que acontecem nos feriados e fins de semana. Durante as festas de fim de ano, Carnaval e São João, o rendimento das hospedagens chega a dobrar. A empresária afirma que apostar no setor vale a pena, ainda que seja um trabalho árduo: “Esse ramo é relativamente novo em Salvador e ainda pode ser muito explorado. O mercado não está nada saturado e, sinceramente, acredito que o investimento nessa área não tem como dar errado se a pessoa quer trabalhar nesse ramo, entende de comportamento animal e quer se capacitar constantemente”, garante a empresária.  

Equipe Club do Focinho.
Crédito da foto: Arquivo Pessoal
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Outra dupla que se arriscou ao investir no mercado pet sem qualquer experiência anterior na área foi Stephanie Cavalcante, graduanda em Psicologia, e Luciano Oliveira, graduando em Odontologia. Ambos são os donos do Hotelzinho Apê 202, negócio de hospedagem e pet sitter de animais. 

Vinda do interior da Bahia para estudar na capital, Cavalcante conta que recorreu ao empreendimento para se manter durante a pandemia. Com pouco mais de um ano de criação da sua empresa, a estudante diz que as análises financeiras da hospedagem para pets mostram crescimento financeiro contínuo. “O mercado pet em si é muito lucrativo, então diria que vale muito a pena o investimento. No início só divulgamos o perfil do Hotelzinho nas redes sociais, o capital inicial utilizado foi nulo e quando começamos a conquistar os clientes, nos estabelecemos e continuamos crescendo”. 

Para ela, seja investindo em um negócio próprio ou aplicando dinheiro em estabelecimentos de grande porte já existentes em Salvador e que estão cada vez mais se espalhando, este é um mercado vasto e que dá para ser bem explorado por outros empreendedores, micro ou macro. (Ver entrevista completa com a empresária no final da página).

Pais e avós de pets

Thayanne Ariel Vicente é médica veterinária em duas clínicas de Salvador: uma de médio porte, a Ama Pets, e uma empresa menor, a Total Pet. De acordo com a clínica geral, o mercado pet, principalmente os serviços mais especializados, estão em ascensão porque os tutores estão mais preocupados com a saúde de seus animais. 

“Hoje em dia, as pessoas não têm mais os animais como objeto. Eles começaram a ser considerados membros da família, então os tutores se preocupam mais e querem que esses pets estejam sempre saudáveis e bem. Muitos já me falaram que entenderam o amor verdadeiro e o companheirismo quando conheceram seus pets”, testemunha Thayanne Vicente. 

Na sua opinião, o aumento do mercado em Salvador durante o período pandêmico não é mera coincidência: a maior demanda dos serviços de bem-estar animal cresceu por conta de um aumento nas adoções e compras de pets durante o isolamento. “Muitos clientes comentaram que ficaram mais dependentes de afeto durante esse período de isolamento e que precisavam de companhia”. Apesar de ainda não ter seu próprio negócio, pretende se especializar futuramente e abrir um serviço só dela porque considera que trabalhando na área terá um retorno certo.

Ziggy, “neto” de Jaimara Santos, arrumado para sair.
Crédito da foto: Arquivo Pessoal. 

Jaimara Santos, “avó” de Ziggy, um vira-lata de dois anos que foi adotado na pandemia, relembra a alegria que foi finalmente ter um cãozinho. “Sempre fui relutante em ter um cachorro dentro do apartamento porque pensava na bagunça e na falta de liberdade que o cachorro poderia ter. Porém, depois que ele chegou durante um momento tão delicado como o isolamento, não consigo ver minha vida sem ele”, admite. No começo do período de afastamento social, era apenas ela e a filha em casa e Jaimara sentiu que estavam se afastando. “Quando Ziggy chegou no início de dezembro de 2020, nós voltamos a festejar as festas, voltamos a fazer exercício e nos conectamos mais”.

Mãe de pet de carteirinha, a funcionária pública Norma Suely quando questionada sobre quantos filhos tem sempre responde, “uma filha e um pet”. Insatisfeita quanto ao crescimento da oferta de serviços na capital baiana, Norma afirma que serviços especializados para animais domésticos ainda são precários. Se compara com São Paulo, por exemplo, acha que Salvador deixa muito a desejar, embora note que os hotéis estão melhorando apesar de serem caríssimos. Os preços dos serviços de hospedagem para pets, em Salvador, variam de R$30,00 a R$ 50,00 a diária. O que falta também, segundo ela Norma observa, é um hospital público para pets. “Só existe uma UPA para eles aqui. O custo para saúde de um pet é muito alto, nas clínicas, e mesmo em clínica-escola”.

Pets influencers 

Se engana quem pensa que só influencers humanos fazem sucesso nas redes sociais. Os pets influencers existem e são um fenômeno em plataformas de redes sociais como Instagram e Tik Tok. Os bichinhos costumam ganhar mimos como rações, medicamentos e procedimentos estéticos em pet shops, mas, em alguns casos, os pets chegam a faturar entre R$40 a R$80 mil por mês com campanhas publicitárias nas redes. 

Administrados por seus tutores, os pets conquistam milhares de seguidores mostrando as fofuras e travessuras de suas rotinas. Segundo a Squid, agência de marketing digital especializada em influencers, o segmento pet possui a quarta maior taxa de engajamento por post no Instagram.  

Em Salvador e Região Metropolitana, alguns pets chegam a ter mais de 10 mil seguidores em suas contas do Instagram, como Stella e Lucrécia Barbosa (@Stellaelulubarbosa) e do Bartô (@barto_golden). Em ambos os casos, as tutoras dos pets dizem que não tinham a intenção de verem “seus filhos” virarem estrelas das redes sociais, mas compartilhar o crescimento e memória dos seus bichinhos – como em uma espécie de diário virtual. 

“Eu e meu esposo adotamos Stella e resolvi criar uma conta no Instagram para ela em março, com a finalidade de guardar seus registros durante toda sua vida. Lucrécia chegou na família há mais ou menos 6 meses. Pegamos ela na rua, com a pata quebrada, e decidi fazer um vídeo para pedir ajuda e conseguir uma adoção para ela na página de Stella. O que eu não sabia é que no fundo já tínhamos adotado ela. Tornei a conta do Instagram compartilhada para as duas, já que todos gostavam delas juntas”

relata Vanessa QUEIROZ.

Assim como para os humanos, os perfis dos bichinhos nas redes sociais são essenciais para difundir, por meio dos seus tutores, opinião e influência. São através desses influencers de quatro patas que pet stores, representantes de marcas nacionais de produtos pet e empresas da capital baiana e Região Metropolitana, encontraram uma forma diferente para impulsionar e expandir seus negócios. 

A Mundo Pet, loja do segmento animal, possui um grupo de embaixadores animais, e por meio desses bichinhos fazem a divulgação de promoções, inauguração de novas lojas, lançamentos de produtos e divulgação de eventos. Em datas comemorativas, como Carnaval, São João, Natal e Dia das Crianças, os negócios promovem também encontros caninos temáticos que promovem concursos culturais e servem comes e bebes caninos.

A função dos pet influencers é justamente fazer a divulgação tanto dessas lojas quanto de produtos, indicar as rações, qual é a melhor, contar a experiência, etc. “Quando se fala de estética, tem pets que só andam com roupinhas. Hoje em dia, um cachorro chega a ter dez coleiras porque os tutores querem ter uma para a praia, uma de personagem e outra de um modelo novo”, relata Larissa Lima, tutora de Bartô, um golden retriever.

“Acredito que a influência desses pets ajuda a aquecer a economia pet local. Seja por meio da divulgação de produtos, do compartilhamento do estilo de vida deles, ou pelo fato de promovermos encontros de pets que acabam levando muitos clientes para lojas, com certeza os pets influencers ajudam a aquecer esse mercado”, opina.

Crédito do Vídeo: Reprodução.

Curva ascendente

Para explicar a expansão do segmento, basta resgatar uma lógica econômica básica: a demanda e a oferta. “Se o número de consumidores aumenta, a tendência é aumentar o número de ofertantes de produto e serviços, e, logicamente, o investimento na área, com a criação de empreendimentos, estabelecimentos, além de lançamentos de novos produtos no mercado”, explica o economista Antônio Carvalho.

Segundo dados disponibilizados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, em setembro deste ano, 4.235 empresas – entre clínicas veterinárias, consultórios, petshops, microempreendedores e empresas rurais – estão com registro ativo no estado da Bahia. Em comparativo com 2018, houve um aumento de quase 20%, o que significa a inclusão de 533 novas empresas.

Os dados referentes ao último ano, porém, apresentam um maior crescimento. Entre 2020 e 2021, apenas em Salvador, houve um aumento de 53% nos registros de comércio de produtos e petshop.

E o prognóstico para o segmento é positivo. Sob a ótica de economistas, a tendência é o crescimento desse mercado, visto que cada vez mais famílias estão adotando pets. Logo, se existe procura, existe oferta e investidores. “Acredito que há espaço ainda de crescimento neste mercado, principalmente na Região Metropolitana de Salvador. Esse mercado tem crescido na grande maioria das capitais brasileiras”, aponta Alex Gama, economista e professor da UNIFACS.

Dos cinco empreendedores soteropolitanos que possuem negócio próprio no setor pet que a equipe do ID 126 entrevistou, todos afirmaram crescimento de suas empresas nos últimos dois anos. Renata Nunes, médica veterinária, diz que o crescimento do setor no país influenciou o desenvolvimento do mercado pet local. “Hoje, o mercado pet vem crescendo exponencialmente tanto no Brasil como em Salvador. Acredito que o setor é um mercado promissor para o presente e futuro”.

“Como o mundo comercial acompanha o social e as mudanças que acontecem, hoje em dia se tem uma gama de estabelecimentos para atendimento veterinário como também prestação de serviços (banhos e tosas, lojas físicas e online, produtos, moda pet, creche e hotelaria, alimentos estudados, testados e dedicados para esse consumidor), pois o tutor sempre deseja optar pelo melhor para o seu animalzinho”, explica.Ao perceber uma oportunidade de crescimento no setor, Rafaela Ferreira, proprietária da Jack’s Pet House, tem remodelado o seu negócio nos últimos anos para obter mais sucesso no mercado e seguir as novas tendências na área. “Entrei na área há cinco anos, quando abri uma casa de ração no Subúrbio que não oferecia nenhum outro tipo de serviço além da venda da alimentação de pets”, relembra.  Ela diz que, ao longo dos anos, foi moldando o seu negócio a partir do que observava da relação entre tutores e pets. “Fomos evoluindo e agora tenho um pet shop com clínica veterinária e o nosso foco é o bem-estar animal”.

Ofurô da Jackie’s Pet House.
Crédito da foto: Arquivo Pessoal
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O mais novo serviço oferecido no pet shop, que foi lançado em novembro, é o SPA. Ferreira admite que esse é um tipo de serviço mais excêntrico para se oferecer a animais, porém, justifica que investiu na proposta por conta da demanda dos próprios tutores que frequentam a sua loja. “Os clientes estavam pedindo banho com água quente para os pets porque não queriam levá-los em dias chuvosos para o banho por conta da água fria. Daí veio a ideia de colocar um ofurô para os bichinhos e estamos desenvolvendo mais essa ideia para oferecer um serviço bem pros animais”.

“Setor em crescimento: a experiência de jovens empreendedores no setor do bem-estar animal”

Entrevista Ping-pong com a micro-empresária Stephanie Cavalcante

Conheça Stephanie Cavalcante, estudante de Psicologia, e entenda como seu negócio, o Hotelzinho Apê 202, é um exemplo do investimento jovem em empreendedorismo digital e nos novos setores da economia soteropolitana.

Stephanie Cavalcante, empresária e estudante de psicologia.
Crédito da foto: Arquivo Pessoal. 

Impressão Digital 126 – Stephanie, você pode contar um pouco sobre a trajetória do seu negócio?

Stephanie Cavalcante – Eu e meu amigo viemos do interior para estudar em Salvador. Durante o período das aulas online, na pandemia, tivemos a ideia de buscar uma renda extra para ajudar nossos pais a nos manter aqui. No dia 08 de junho de 2021 fizemos o primeiro post no Instagram divulgando o Hotelzinho, e dez dias depois tivemos nossa primeira hospedagem pet. A partir daí, fomos crescendo e crescendo, a hospedagem que cobrávamos R$30,00, hoje cobramos R$50,00, e posso te garantir que foi um ótimo investimento. Atualmente não podemos receber tantos pets quanto antes, por causa das aulas presenciais, mesmo assim, nossos lucros já bateram o do ano passado. 

ID 126 – Como você caracterizaria o setor de bem-estar animal?

S.C. – O mercado pet é, primeiro de tudo, muito lucrativo. Oferecendo um serviço de confiança e com muita responsabilidade, os tutores estão dispostos a pagar qualquer valor, seja por passeios, creche ou hospedagem. Eu acredito muito que o mercado pet está em uma crescente e que vale muito a pena o investimento, de início talvez por aplicativos, tipo o Doghero, para conseguir clientes fixos e experiência, e após seguir com o empreendedorismo digital por meio Instagram e Google empresas ou por indicações etc.

ID 126 – E você vê o mercado soteropolitano de oferta de serviços para pets como um setor que tende a crescer?

S.C – Através das análises financeiras do Hotelzinho, que mostram crescimento contínuo, ou então pela quantidade de lojas pets de grande porte se espalhando por Salvador, por exemplo Petz, Mundo Pet e Cobasi, acredito que sim. Eu especulo que o setor teve um “boom” após a pandemia, que foi um período que deixou as pessoas com necessidade de contato e elas recorreram aos pets. Tenho certeza que é um mercado vasto e que dá pra ser bem desfrutado 

ID 126 – Então você diria que o investimento no negócio de vocês foi pequeno e o retorno está sendo grande? 

S.C. – Com certeza. De início, tudo o que investimos foi tempo para criar perfil no Instagram, logo etc. Atualmente, sempre retiramos um montante do valor recebido para investir em melhorias para os pets, mas a grande parte do que ganhamos é equivalente ao nosso lucro líquido. Ou seja, vale muito a pena, apesar da responsabilidade, que é muito grande.

ID 126 – Por que você acha que os tutores estão dispostos a pagar qualquer valor pelos serviços?

S.C. – Os tutores têm os pets como filhos e querem tudo de melhor para eles. Nossos clientes pagam pelo serviço e exigem certificação de que está sendo cumprido. Por isso, sempre mandamos fotos, vídeos e notícias sobre o estado de cada animal. Diria que o investimento vale muito a pena, só tem que se atentar aos riscos e às responsabilidades de ter a vida de um ser nas suas mãos. 

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