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Ecovila na Escócia vive experiência sustentável há 50 anos
- 09/09/2013Findhorn é uma das primeiras cidades solidárias do mundo, onde convivem aproximadamente 600 pessoas de várias nacionalidades, inclusive brasileiros
Lorena Vinturini e Simone Melo
A ecovila de Findhorn, no norte da Escócia, é um dos exemplos mais antigos de organização autossustentável, em equilíbrio com o meio-ambiente. O local recebe visitantes durante o ano inteiro, inclusive brasileiros, curiosos por conhecer o funcionamento de uma comunidade na prática.
O estudante universitário Lucas Andrade, 22 anos, mora em Salvador e já visitou o povoado escocês quatro vezes. A cada visita, ele participou de um tipo de atividade diferente em grupo, com práticas que o conduziam para a inserção no modelo social desenvolvido.
O principal motivo dos reiterados retornos é a sensação de completude que a vivência lhe trouxe. “Em Findhorn, você é tratado como um ser humano individual. Você não entra como só mais um na conta”, argumenta Lucas. “No meu prédio, eu mal conheço meus vizinhos. Eles moram do meu lado, mas eu mal os conheço. Lá eu conhecia todo mundo”. O programa básico, intitulado Ecovillage Experience Week, acontece este ano entre os dias 14 e 20 de setembro, e terá palestras ministradas em português.
Atualmente 600 pessoas de diferentes nacionalidades convivem na ecovila, entre elas oito brasileiros. A população está dividida entre o “círculo menor” (com dedicação exclusiva), entre 200 e 300 habitantes, e o “círculo maior”, formado nos arredores, por aqueles que comungam dos mesmos preceitos espirituais, porém estão envolvidas em outros trabalhos.
Depois de frequentar Findhorn durante seis anos, Inga Orsi trocou o Brasil pela comunidade escocesa, em 2010. “Me senti alinhada com os princípios e várias coisas confluíram para que eu ficasse. É um ótimo lugar para aprender, tem gente de todo o mundo, ênfase na natureza e propõe novas formas de vivermos juntos, em harmonia com os outros e com o planeta”, afirma Inga.
A espiritualidade é o principal elo entre os habitantes. A rotina inclui meditação antes da consecução das atividades diárias e qualquer outra prática mística também é aceita. “No dia-a-dia antes de iniciar o trabalho, as pessoas tomam um minuto de silêncio e alguém guia uma breve meditação para nos alinharmos. Esta prática também acontece antes de tomar decisões importantes para escutarmos dentro de nós qual é a decisão certa”, relata Inga.
Para a realização das funções, Findhorn é organizada em departamentos de trabalho: cozinha, jardins, manutenção, limpeza, entre outros. Um dos ideais que guiam a comunidade é a união entre trabalho e amor em ação. O ato de trabalhar é entendido como atividade espiritual.
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