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Em busca de um lugar no estádio
- 18/05/2014Venda de ingressos on-line evita tumultos presenciais, mas não agrada todos os torcedores
Júlia Moreira
Sorte e agilidade foram essenciais para torcedores garantirem ingressos para os jogos da Copa do Mundo de Futebol da Fifa deste ano. Com uma demanda maior que a oferta, brasileiros e estrangeiros dispuseram de quatro fases de vendas pela internet. Com preços entre R$30 e R$6700, mais de 1,5 milhão de ingressos foram vendidos para os torcedores assistirem aos jogos da sua preferência.
As vendas on-line foram administradas pelo site da Federação Internacional de Futebol (Fifa), único local de vendas autorizadas, com um total de quatro fases. A primeira, aberta em agosto de 2013, computou mais de seis milhões de pedidos de 203 nações em apenas dois meses. A demanda continuou na segunda fase de vendas, iniciada no dia 8 de dezembro, após o sorteio final que definiu os grupos de seleções na primeira fase do mundial. Nas primeiras 24h da segunda etapa, a Fifa registrou mais de um milhão de acessos e o Brasil, como na primeira fase, liderou as solicitações com aproximadamente 86% dos pedidos.
A ampla procura por ingressos fez surgir a estratégia do sorteio para atender aos torcedores de maneira justa. A Fifa determinou que cada solicitante receberia por e-mail ou SMS, até o mês de novembro, após um sorteio entre os cadastrados, a resposta sobre a possibilidade de efetuação da compra do seu pedido. A estudante Laryssa Amaral tentou a sorte e arriscou a compra na primeira fase de vendas, mas não foi contemplada em nenhuma das solicitações. “Achei o sorteio injusto. É muito frustrante você escolher os jogos, aparentemente comprar os ingressos e depois ter que esperar para saber que não foi contemplado”, afirmou a estudante.
Ansioso para ver a partida entre Portugal e Alemanha, Andresso Alves também tentou adquirir ingressos na primeira fase e não foi sorteado. Apesar de elogiar o método de vendas on-line, o jovem afirma que o processo limitou o acesso às partidas e que outras opções de compra deveriam ter sido oferecidas. “A venda com a internet é muito prática, mas, por se tratar de um evento com grande procura de ingressos, acredito que a plataforma não contemplou os acessos. Tentei duas vezes e não consegui”, afirmou.
De um país que ocupa o oitavo lugar no ranking de solicitações de ingressos, o casal Jana Moreira e Pablo Alvarez sairá do Chile para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Brasil. Contemplados na segunda fase do sorteio, eles adquiriram ingressos para todas as partidas da primeira fase em Salvador. Brasileira que vive no Chile há quatro anos, Jana conta que o procedimento foi eficaz para quem vive fora do país. “A estratégia de vendas foi realmente muito boa, pude comprar o que quis sem enfrentar filas quilométricas. Ainda recebi um e-mail da Fifa com informações adicionais sobre a transferência de nome e revenda.”, elogiou a baiana.
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A revenda dos ingressos só é permitida no site oficial e a transferência só pode ser feita pelo comprador para uma pessoa convidada com a qual possui relação preexistente. De acordo com a Fifa, é uma maneira de proteger os torcedores, evitando fraudes e valores superfaturados.
A terceira etapa foi de venda livre on-line, iniciada em 12 de março deste ano. Nas cinco primeiras horas, 203 mil entradas já haviam sido compradas. Desde 15 de abril, está aberta a última etapa para compra de ingressos, prevista para durar até 13 de julho, data da final da Copa. Cada torcedor pode adquirir quatro entradas para até sete partidas. Não há mais ingressos para os três jogos do Brasil na primeira fase, além da final e das partidas entre México e Camarões, Inglaterra e Itália, Argentina e Bósnia e Herzegovina, Argentina e Irã, Espanha e Chile, Croácia e México e Austrália e Espanha.
Larissa Alban adquiriu ingressos para toda a família para os jogos entre Espanha e Holanda, Portugal e Alemanha e uma partida das quartas de final. A estudante considerou a estratégia de vendas on-line mais prática do que a presencial. “Ficaria decepcionada se tivesse passado muito tempo esperando em pé na fila para não conseguir comprar. Foi mais tranquilo e seguro efetuar a compra pela internet”, afirma. Entretanto, Larissa ressaltou que também enfrentou dificuldades por causa da demanda. “Eu não consegui comprar na fase de sorteio, só consegui nessa terceira etapa porque eu corri atrás, pois era algo do meu interesse”, concluiu a estudante.