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Empresas jornalísticas criam conteúdos exclusivos para smartphones e tablets

Para acompanhar a convergência midiática e os novos hábitos de leitura do brasileiro, portais de notícias e jornais produzem conteúdos específicos para o leitor desses dispositivos. 

Camila Giuliani e Fernanda Soares

O uso crescente de smartphones e tablets é uma realidade no Brasil. Segundo a pesquisa TG.Net, do Ibope Media, em dezembro de 2011, o acesso à internet por diferentes tipos de dispositivos móveis (smartphones, iPhone ou tablets) já alcançava 17 milhões de brasileiros. Estamos na era da informação rápida e de fácil acesso, com novas apropriações e plataformas de consumo de notícias e conteúdos.

Dessa maneira, os portais de notícias e jornais vêm criando conteúdos específicos para os dispositivos móveis, acompanhando a convergência midiática e a nova configuração de leitura.  “O número crescente de vendas de tablets e smartphones deixa patente a formatação de um público que consome em mobilidade e de forma expansiva. Atualmente, praticamente todos os conglomerados de mídia têm estratégias voltadas para distribuição de conteúdos para essas mídias móveis”, dimensiona Fernando Firmino, professor de Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba e doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas – Cibercultura, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Em janeiro de 2012, o jornal O Globo lançou o primeiro produto originalmente desenvolvido para iPad no Brasil. Chamado de “O Globo a Mais”, o aplicativo traz para o leitor notas breves sobre notícias do dia e reportagens escritas por jornalistas da revista digital e do jornal, especialmente para o tablet.

Primeira edição de "O Globo a mais" | Imagem: reprodução

Já a Folha de S. Paulo, além de disponibilizar um endereço URL para o acesso para qualquer usuário, criou um aplicativo que permite, apenas aos assinantes, obter as réplicas das edições impressas, com os textos, as artes e as fotos da edição somadas às principais atualizações do noticiário ao longo do dia, num formato específico para tablets e celulares. Mesmo sendo pago, o aplicativo bateu o seu recorde de acessos em maio deste ano, chegando à marca de 318 mil acessos, média diária 49% superior à do início do ano, quando o aplicativo era gratuito.

Outra organização jornalística que lançou produto original para o iPad foi O Estado de S. Paulo. “Estadão Noite”, que estreou em abril, traz conteúdo específico para assinantes no iPad que agrega análise do noticiário do dia e vídeos, além de destaques da edição do jornal que chega às bancas na manhã seguinte. Além disso, o “Estadão Noite” traz a análise de cinco colunistas sobre os fatos do dia nas principais áreas, como política e economia, ajudando o leitor a compreender os acontecimentos que movimentaram o noticiário. O Estado de S. Paulo possui ainda versões diferenciadas de acesso para cada tipo de dispositivo móvel, informadas no portal Estadão.com.br.

Estadão Noite, conteúdo exclusivo para iPad | Imagem: reprodução

Já o baiano jornal A Tarde, apesar de não possuir ainda uma versão para tablet, desenvolveu um site especial para celulares e smartphones, o chamado Mobi A Tarde. Para ter acesso a esse conteúdo no celular, não precisa ser assinante, basta digitar a URL do Portal Mobi, disponibilizada no A Tarde Online. Através do celular, o leitor não só tem acesso a notícias, mas também aos classificados.

Fernando Firmino afirma que a facilidade de acesso mudou a maneira de se ler notícias com os dispositivos móveis. “Os usuários consomem em mobilidade de qualquer lugar (via 3G, 4G ou Wi-Fi), experimentam uma nova interface com recursos mais dinâmicos e tácteis que os aproximam do conteúdo e que podem concentrar as leituras, antes, em multiplataformas (tv, rádio, jornal, revista, internet, livros), e agora potencialmente num único dispositivo como o tablet e o smartphone.

Pesquisa Google - Our Mobile Planet - Maio 2012

Leitores mais ativos  Para o servidor público, Rafael Bittecourt, a compra de um smartphone o tornou um consumidor de notícias mais ativo. Segundo ele, “com essa facilidade de ter a informação na tela do celular, ficou mais fácil e menos maçante o acesso à informação. Assim, mantenho-me sempre atualizado com a leitura de notícias pelo meu smartphone”.

O estudante de engenharia Bruno Câncio, que gosta de manter-se informado com notícias sobre futebol, concorda que ficou muito fácil e prático ter acesso às notícias. Para ele, mesmo com a tela do celular pequena para a leitura, a informação está ali, em sua mão, seja onde estiver. Assim como ele, pouco mais de cinco milhões de brasileiros usam os aparelhos para consumo de informações, segundo a pesquisa TG.Net, do Ibope Media, ficando atrás somente do uso das ferramentas de busca, do e-mail e de serviços de mensagens instantânea.

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