Tags:Bahia, baianos, desencantos, encantos, turistas, verão
Encantos e desencantos das praias de Salvador
- 11/12/2011As praias da capital fascinam pela beleza, mas preocupam baianos e turistas pelo nível de poluição
Por Alexandre Wanderley e Henrique Mendes
“Às vezes brilha o sol em demasia, outra vezes desmaia com frieza. O que é belo declina num só dia, na terna mutação da natureza”. Nas estrofes do Soneto 17, do poeta William Shakespeare, o verão foi eternizado como a estação mais encantadora do ano. No Brasil, mesmo que não intencionalmente, a extensão dos dias, a maior intensidade do brilho solar e as altas temperaturas centígradas, levam conterrâneos e turistas a incorporarem como ninguém as palavras do poeta.
Em território baiano, este sentido parece ser ainda mais ampliado. De acordo com informações disponibilizadas pela Secretaria do Turismo do Estado (Setur), a Bahia tem um litoral diferenciado, com o maior número de praias do país. Só na capital, 50 quilômetros de costa refrescam a alma de um povo que idolatra o calor.
As águas das praias soteropolitanas, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), possuem temperatura média de 26°, condição que favorece a realização de atividades esportivas como mergulho e surfe. Além disso, nas areias que dão contorno às águas do mar de Salvador, caminhadas, disputas de vôlei e partidas de futebol animam nativos e turistas que buscam, em todos os cantos, os encantos do verão do Bahia.
Desencantos – Entretanto, nem sempre o “mar está pra peixe” na capital. De acordo com pesquisas divulgadas semanalmente pelo Instituto do Meio Ambiente da Bahia (Inema), as condições de banho nas praias soteropolitanas, por diversas vezes, não são as mais satisfatórias. Algumas, ao contrário, são avaliadas pelo órgão, rotineiramente, como impróprias.
Na última semana de novembro (21 a 27), por exemplo, o Inema constatou, após coletar amostras de 34 praias – entre Salvador e Região Metropolitana – que dez dos ambientes analisados eram impróprios para os banhistas.
Nestas localidades, a cada 100 ml de água, o índice de coliformes fecais era superior a mil, limite máximo tolerado pelos órgãos de saúde, conforme as normas estabelecidas na resolução nº 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão do Ministério do Meio Ambiente que determina as diretrizes da política ambiental do país.
As pesquisas constataram que, neste período, 12 das 30 extensões de praias avaliadas, apresentaram poluição superior à permitida pelo Conama. São elas: Periperi (atrás da estação férrea), Penha, Bogari, Pedra Furada, Porto da Barra (em frente à Rua Cezar Zama), Ondina (em frente à Rua Ademar – de Barros), Rio Vermelho (em frente à Igreja Nossa Senhora Santana), Pituba (em frente à Rua Paraíba), Armação, Boca do Rio e Corsário (em frente ao Posto Salva Vidas).
Já em Lauro de Freitas, dos quatro ambientes analisados, apenas a praia de Buraquinho era imprópria para banho. As demais – duas em Ipitanga e uma em Vilas do Atlântico – atendiam os requisitos do Conama.
Leia:
Melhor prevenir do que remediar