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Escassez de financiamento dificulta o desenvolvimento da robótica

- 06/04/2013

O destaque do BRT no cenário da robótica nacional contrasta com a falta de financiamentos por parte de entidades de suporte à pesquisa

Tunísia Cores

A sexta participação do Bahia Robotic Team (BRT) na Copa do Mundo de Robôs, e a segunda colocação da equipe na Competição Latinoamericana de Robótica (LARC), atribui grande destaque à equipe, ao mesmo tempo em que pode levar à falsa impressão de que grandes investimentos são realizados, por empresas ou fundações de amparo à pesquisa, dentro do Núcleo de Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais (ACSO).

 Três entidades contribuem para o desenvolvimento das linhas de pesquisa do ACSO: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A compra de materiais e equipamentos é feita quase 100% pela Uneb, que também financia toda a participação da equipe do BRT em competições internacionais. No entanto, a contribuição do CNPq e da Fapesb, ainda que de grande importância, é incipiente por dar conta apenas do pagamento das bolsas dos alunos.

 Diante da situação, o ACSO busca captar recursos de forma independente. Eventualmente, projetos em forma de parcerias regidas por leis de incentivo, a exemplo da Lei de Informática, são realizadas entre algum pesquisador do núcleo e empresas. No ACSO não há só a linha de robótica, mas, de acordo com o coordenador do BRT, Marco Simões, “existe um regimento interno a garantir que sempre que um projeto vier a ser desenvolvido através de captação própria, uma parte do percentual dos recursos arrecadados deve ser destinado ao nosso fundo de pesquisa, e este fundo deve ser usado para investir em projetos que não são voltados para o desenvolvimento de produtos”.

Duas linhas direcionam as pesquisas do núcleo: a de televisão digital, desenvolvida pelo docente Alexandre Lins, e a de robótica e inteligência artificial, coordenada por Marco Simões desde o seu surgimento, em 2006. Dentro da linha de robótica está o BRT que, além do RoboCupSoccer 3D, participa também das modalidades RoboCup@Home e Plataforma Padrão. Graças ao fundo de pesquisa mencionado é possível estar engajado na iniciativa RoboCup visto que há dificuldade em obter investimentos para a participação em eventos internacionais, como a Copa do Mundo de Robôs ou a Competição Latinoamericana de Robótica (LARC), devido ao alto custo. “Para irmos com uma equipe de três professores e dois alunos teremos um custo de 2.700 euros, somente para inscrição. A viagem toda, com hospedagem, alimentação, passagem e adicionais sai em torno de 20.000 euros”, afirma Marco ao pontuar os valores gastos com a Copa do Mundo de Robótica. Os valores equivalem, respectivamente, a R$ 6.977,61 e R$ 51.686,00 de acordo com as taxas de câmbio do Banco Central do Brasil.

O objetivo é que entidades de suporte à pesquisa em cada estado ofereçam suporte financeiro, uma vez que a iniciativa tem cunho científico. No caso da Bahia, a entidade é a Fapesb, cujo nome é levado internacionalmente como apoiadora do BRT nos eventos em que o grupo participa. Em todo o Brasil, apenas a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) realiza o financiamento de equipes locais. Por isso, a Comissão de Robótica da Sociedade Brasileira de Computação enviou uma carta a todas as FAPEs do país citando o exemplo mineiro. Seis já responderam, mas a fundação baiana ainda não deu retorno. “Esperamos que a Fapesb venha a patrocinar estes eventos no futuro, mas, atualmente, só financia a viagem se for para apenas um pesquisador que seja doutor. Não podemos participar com apenas um porque não dará conta. Precisamos de uma equipe completa porque lá temos trabalho para todos”, complementa Simões.

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