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Estudantes não se sentem seguros dentro da universidade

Insegurança é ainda maior nos arredores da universidade que não contam com policiamento

Luana Velloso e Rita Martins

Ano após ano, estudantes da Universidade Federal da Bahia convivem com a insegurança e com riscos de sofrer assaltos e outros crimes dentro e, principalmente, nos arredores da universidade. Uma enquete realizada pelas autoras desta reportagem, respondida por 66 pessoas – das quais 65 são estudantes e uma professora – demonstrou que a maioria dos entrevistados não se sente seguro dentro da própria universidade. Entre os campi nos quais os participantes se sentem mais inseguros estão São Lázaro (23%), Vale do Canela (15%) e Federação (15%). Ainda de acordo com a enquete, as medidas de segurança adotadas pela UFBA são ineficazes (veja gráficos abaixo).

“As condições de segurança da UFBA são muito precárias devido ao tamanho do campus e ao pouco poder que os seguranças têm”, avalia a estudante de Nutrição, Lais Barbosa, que foi assaltada em 2011 na escada que dá acesso ao Instituto da Ciência e da Saúde (ICS), no Vale do Canela. “Fui abordada por dois homens que pediram meu celular e, como demorei a pegar, eles pediram minha mochila e levaram tudo”, relembrou a estudante, que defende a atuação da Polícia Militar dentro dos campi, mesmo se tratando de uma área federal.

Projetos – Entre as medidas de segurança que vêm sendo adotadas pela UFBA está o plano de urbanização dos campi que, segundo o superintendente de meio ambiente e infraestrutura, Fábio Velame, será implementado inicialmente em São Lázaro, e depois nos campi de Ondina, Federação e, por último, Canela. “Quanto mais você coloca as pessoas em área de convívio automaticamente gera uma segurança maior”, explica. O projeto, que ainda está em fase de desenvolvimento, deverá ser apresentado ao Conselho Universitário ainda neste semestre para, então, as obras serem iniciadas.

Para o superintendente, projetos relacionados à mobilidade também podem trazer maior segurança aos estudantes: “Pensa-se em vias de pedestre articuladas com o bondinho, com o plano inclinado da Politécnica e com o sistema de ciclovias para fazer com que esse fluxo seja canalizado para uma maior segurança”, assinala. “Este ano [o projeto] está em fase de licitação. A previsão é que as obras comecem em 2015”, garante.

Outro projeto que está em andamento é o Sistema de Registro de Ocorrências (SRO), que reunirá uma base de dados com registro de furtos, roubos, violência sexual e outros crimes ocorridos nas áreas internas das unidades ou em seus entornos. “O estudante faz a ocorrência na unidade dele e o diretor faz esse registro chegar à coordenação”, explica o major Inevaldo Antônio de Araújo, ressaltando que esse registro não substituirá o do Boletim de Ocorrência junto a uma delegacia. O sistema, desenvolvido pelo Centro de Processamento de Dados da UFBA (CPD) e pela Coordenação de Segurança, ainda está em fase de testes e não há previsão para começar a funcionar.

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