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Falta de qualificação e informalidade dificultam produção musical em Salvador
- 04/02/2013A indústria criativa no setor da música é pouco desenvolvida e enfrenta dificuldades
Daniele Silva
Bandas, músicos e artistas que não estão ligados a ritmos como o axé, pagode ou arrocha, precisam de inovação e criatividade para ganhar destaque e produzirem seus trabalhos com qualidade e rentabilidade. As características culturais da Bahia representam oportunidades de desenvolver indústrias criativas e, com elas, elevar o valor agregado de serviços e segmentos da cultura. Mesmo com investimentos e o surgimento de novos artistas e músicos, a indústria criativa no setor da música ainda é pouco desenvolvida, e a produção musical enfrenta dificuldades.
Na opinião do músico e produtor do Encontro de compositores, André Lira, o cenário musical soteropolitano ainda é muito limitado, pouco profissional e quase nunca rentável. Ele ressalta também a existência de outros problemas: “Além disso, produtores culturais enfrentam dificuldades com o acesso ao recurso público, com a má formação profissional e as poucas ofertas de cursos de qualificação”.
A falta de reconhecimento é apontada por Dão Anderson, compositor e cantor da banda Dão e a Caravanablack, como outro fator que dificulta a produção musical em Salvador. ”Todo artista quer sempre um pouco mais de reconhecimento. Lutei e, luto a cada manhã para ter reconhecimento por melhoras como cantor e compositor, enfim, por apresentar uma boa estética do meu trabalho. Salvador é uma cidade plural com muitos artistas maravilhosos, que muitas vezes desistem por não encontrarem grandes incentivos”, explica Dão.
Informalidade e falta de qualificação– cultura é um setor caracterizado por grande informalidade nas relações contratuais. A formalização do profissional de cultura contribui para um melhor gerenciamento de sua carreira e impacta no desenvolvimento do setor cultural. Segundo a gestora do Qualicultura no Sebrae, Renata Souza, as atividades desenvolvidas, algumas ainda de modo informal, não envolvem uma gestão estratégica voltada para resultados, impedindo o empreendedor cultural de obter melhores resultados fruto do produto/serviço oferecido. Por conta disso, é preciso que uma conscientização da importância da gestão estratégica na Economia Criativa seja construída, antes do processo de qualificação.
De acordo com André Lira, a formalização e qualificação são formas do profissional se desenvolver individualmente e contribuir para o crescimento do setor cultural em Salvador. “Sou formado em Música, fiz pós-graduação em Gestão Cultural no SENAC. Tenho uma empresa e trabalho produzindo bandas, artistas e projetos. Para me qualificar faço cursos na área de produção cultural e outros de economia criativa e empreendedorismo”, conta o produtor cultural.
Dentre as opções de qualificação estão os cursos, oficinas e palestras realizados por instituições como a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia (Sebrae-BA), além de projetos como o In-Vento e o Criativos Dissonantes.