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Febre virtual, isso pega?
- 04/02/2013Darlan Caires e Hilla Santana
Foi comprovado o que todos desconfiavam: muita gente dedicou boa parte do seu tempo navegando na web em 2012. O consumo de internet aumentou 520 minutos, é o que apontam dados comparativos entre 2011 e 2012, segundo a pesquisa “Social Media Report” da Nielsen, empresa que mensura resultados no mercado de trabalho. Enquanto em 2011 o número de smartphones no Brasil era de 242,3 milhões de unidades, em 2012 esse número cresceu para 256,41 milhões. Destes, 53,9 milhões possuíam internet 3G.
A funcionalidade de receber e fazer chamadas dos aparelhos deixa de ser fundamental e passa a ser mais uma das multifuncionalidades dos celulares e smartphones. Apostando forte nos aplicativos, os aparelhos móveis tornaram-se grandes essências em pequenos frascos. Só de 2011 para 2012, o consumo aumentou 120%. O sucesso é explicado pela fácil acessibilidade às redes sociais e demais tipos de sites que essa atividade comporta. Há, inclusive, aplicativos formatados de acordo a mobilidade do aparelho. A exemplo pode-se citar o Foursquare e Instagram, aplicativos que não existem fora do meio mobile. Segundo o psicólogo e especialista em gestão social Rodrigo Nejm, serviços como esse têm atendido a demanda da sociedade de se comunicar.
Tempo por conexão – Ainda segundo a pesquisa da Nielsen, o tempo médio que uma pessoa fica online pelo celular através de aplicativos cresceu de 23,2 minutos para 40,8 minutos, fato que comprova o progresso da demanda por aplicativos. O tempo, aliás, é um dos grandes vilões de quem costuma se afeiçoar pelo consumo das redes sociais. Segundo Rodrigo Nejm, a concepção de tempo hoje é diferente da que existia há alguns anos. “Vivemos cada vez mais em uma sociedade acelerada, imersos no modelo da sociedade do imediato”, analisa.
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A estudante de Administração Luana Paim (20) é vítima desse fenômeno e assume que já deixou de dormir, mesmo com sono, para ficar ligada na rede. Os aplicativos para ela são o meio utilizado para conectar-se enquanto não está em casa, na frente do computador. “Todos os dias acabo dormindo com o notebook na cama. Na faculdade também fico conectada, a primeira coisa que faço é usar os aplicativos do celular”, confessa a estudante. Assim como a estudante, a jornalista M.G.* (26) também teve momentos complicados por passar muito tempo na internet. “Ficava online durante todo o tempo que permanecia acordada e depois que desligava o PC, o celular e o tablet, continuavam a me notificar sobre novas mensagens”, conta. Nejm explica que esse comportamento de constante conectividade é reflexo do cenário da hiperconectividade atual.
Desconectado – Há também quem já tenha sido prejudicado por não estar inserido nesse modelo de interação social. O estudante de Engenharia civil Rihan Achy (21) é prova disso. Ex-usuário do Orkut, Rihan nunca se cadastrou no Facebook e até então é indiferente à rede. A abstenção do uso já causou algumas situações desagradáveis para o rapaz. “Já cheguei a ir para a faculdade em vão, pois tinham avisado no dia anterior via Facebook que não teria aula”, conta. Apesar dos incidentes, Rihan diz que os desencontros de informação são poucos e que sempre fica informado através de e-mail e ligações de amigos. Segundo o psicólogo Rodrigo Nejm, quem não está conectado à rede como Rihan pode ser visto de forma diferenciada pela comunidade, embora não seja um sinal de comportamento antissocial. “Isso não é um problema psicológico do indivíduo, é um estigma social”, sublinha.
*A entrevistada preferiu não se identificar
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