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Futebol 3D revela craques da robótica ligada à IA
- 06/04/2013Bahia 3D é o nome da equipe do Bahia Robotic Team, vinculado ao Núcleo de Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais da Uneb
Tunísia Cores
Não. O futebol virtual em terceira dimensão (3D) não é uma nova modalidade da Fifa e tampouco envolve jogadores humanos – está vinculada à linha de robótica inteligente e praticada em nível internacional por pesquisadores da área. A principal motivação é a anual Copa do Mundo de Robôs (RoboCup). O representante brasileiro é o Bahia Robotic Team (BRT) – um grupo colaborativo de pesquisa científica em Robótica e Inteligência Artificial (IA), iniciado em 2006 e vinculado ao Núcleo de Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais (ACSO), da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
O futebol 3D é caracterizado pela simulação virtual de uma partida, disputada por 11 robôs em cada time, de aspectos humanoides (cabeça, tronco, dois braços e duas pernas), cujo diferencial é o fator inteligência artificial. Este recurso torna o robô independente para tomar as suas próprias decisões, pensar o jogo e pôr em prática as suas habilidades de dribles, passes e lançamentos sem precisar de um manipulador, como acontece em jogos de videogames tradicionais.
“É preciso trazer a inteligência artificial para que os robôs participem de forma autônoma do jogo, ao mesmo tempo em que aprendam a lidar com suas limitações físicas, impostas pela sua própria mecânica”, afirma o pesquisador do ACSO e coordenador do BRT, Marco Simões. O futebol 3D trabalha com uma dimensão a mais, além das tradicionais “x” e “y” – características do futebol virtual bidimensional (2D). Na modalidade, os jogadores são formados por esferas também inteligentes artificialmente. A diferença é a ausência de preocupação com a parte de controle, sustentação e engrenagens do robô visto que o jogo existe apenas no âmbito planificado. No aspecto visual, o futebol 2D se assemelha a um jogo de futebol de botão.
“O acréscimo de uma dimensão aumenta a complexidade do problema e aproxima a partida do que seria uma disputa real”, explica Simões. De fato, para simular a partida em terceira dimensão é utilizada uma rede de quatro computadores a fim de coletar estatísticas e desenvolver as habilidades dos robôs. O objetivo de realizar o gol na baliza adversária permanece, mas a complexidade da questão é maior ao comparar com uma partida jogada por humanos. “Enquanto nós, humanos, temos noção do nosso equilíbrio, os robôs precisam de sensores nos pés e no corpo para que percebam se vão cair ou não e consigam sustentar a sua estrutura”, assinala o estudante do 5º semestre de Sistema de Informações da Uneb e integrante do BRT, Emmanuel Argollo.
Por conta da complexidade do projeto, os membros do Bahia Robotic Team obtêm funções específicas dentro da equipe. De todas, a movimentação é a parte mais complexa por ser a base da execução das jogadas. “É preciso fazer com que ele [o robô] planeje as jogadas e não apenas responda o que acontece em campo”, complementa Emmanuel. O setor de comunicação do software também é um dos que está sendo trabalhado pela equipe. De acordo com Ayran Costa, estudante do 11º semestre de Sistemas de Operações e também integrante da equipe, o time tenta desenvolver protocolos para ampliar as possibilidades de troca informações entre os jogadores durante a partida. “A visão do campo não é global e cada jogador é uma ‘pessoa’ com visão limitada. Como o goleiro tem a posição de maior privilégio, estamos usando ele para enviar as mensagens”.
Torneios internacionais como o German Open e o Iran Open, que possibilitam a participação de equipes estrangeiras, e a Competição Latinoamericana de Robótica, da qual a equipe foi vice-campeã em 2012, motivam o BRT. No entanto, todos os esforços da equipe estão voltados para a Copa do Mundo de Futebol 3D, que acontecerá em Eidhoven, na Holanda, entre 24 de junho e 1º de julho de 2013.
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