Tags:bariátrica, emagrecimento, obesidade, redução de estômago
Ganhar peso muito rápido põe saúde em risco, diz médico
- 23/12/2013Edvan Lessa
O principal problema de “engordar para emagrecer” é que o ganho de peso rápido gera uma ação metabólica ruim, explica o médico Osiris Casais, cirurgião bariátrico do Hospital Santa Izabel e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica – Capítulo Bahia. “Problemas cardiovasculares, arritmia, glicemia, tudo isso [decorrência] do ganho de peso em excesso e rápido”, completa o especialista.
Apesar dos exemplos de Mariele, Iara e Roberta, o médico acredita que esses casos e outros semelhantes são exceções. “O comum é as pessoas terem de emagrecer”, completa o cirurgião. Enquanto membro da SBCBM, Dr. Osiris assegura que não indica a cirurgia para pessoas que estão com sobrepeso, ou seja, possuem IMC igual ou superior a 25. “Se uma paciente chega para um cirurgião pedindo para engordar, ela não é apta, ela precisa se tratar”, opina.
Ele ainda pondera que os pacientes não necessariamente precisam estar “superobesos” para serem operados. “A depender da altura e das doenças associadas, é possível realizar a bariátrica com IMC 30, 33…”, revela o cirurgião.
O médico enfatiza que a obesidade é uma doença e que não basta apenas “fechar a boca” para perder peso. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 51% da população está acima do peso – mulheres representam 48%, mas os homens formam a maioria com 54%. No contexto da pesquisa, é a primeira vez que mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso.
O Ministério também divulgou que, em Salvador, a frequência de obesidade e de excesso de peso na população subiu, de 9,8% (homens) e 39,7% (mulheres), em 2006, para 14,1% e 47,3%, respectivamente, em 2012. Ainda na capital baiana, os números mostram que o percentual de mulheres obesas cresceu 7,4%. Já o percentual de baianas com sobrepesopeso (um estágio anterior à condição de “obeso”), o crescimento foi de 11,2% em seis anos. Em contrapartida, os homens apresentaram um avanço bem menor nesse mesmo intervalo, com o percentual de obesos tendo crescido 0,4% e o de baianos com excesso de peso 3,9%.
Apesar de muitos enxergarem a redução de estômago como uma solução imediata para a obesidade, o procedimento não pode ser realizado da noite para o dia. “Antigamente, me pediam para operar, com urgência, um paciente que precisava melhorar a situação cardíaca. Eu dizia não, pois os riscos eram muito maiores”, afirma Osiris Casais. Para ele, muitos médicos que não estão vinculados à sociedade de cirurgiões bariátricos continuam realizando procedimentos sem levar em conta os devidos critérios.
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