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Investimento no ser, sem fins lucrativos
- 13/07/2011Escolas municipais através do apoio de instituições possibilitam momentos de reflexão para crianças e adolescentes
Por Avana Cavalcante
O Projeto Arte e Cidadania, do Instituto de Responsabilidade e Investimento Social (IRIS, antigo Instituto Newton Rique), funciona desde 2005, na Av. Tancredo Neves, 148 – Caminho das Árvores, e nasceu da necessidade de inserir no currículo escolar matérias ligadas à arte, que, na maioria das escolas municipais de Salvador, são insatisfatórias ou quase inexistentes. O projeto realiza oficinas de artes visuais em salas de aulas, com crianças e adolescentes de idade entre 7 e 15 anos, de baixa renda e oriundos da rede municipal de ensino. O projeto também promove a formação do professor, para que ele seja capacitado, participando das oficinas em classe, apropriando-se da metodologia aplicada e posteriormente reproduzindo-as em sala de aula, no cronograma curricular. O programa de capacitação dura em média um ano e habilita o professor a ensinar disciplinas voltadas para a arte.
O projeto acontece desde 2009, na Escola Municipal Madre Helena Irmãos Kennedy, no bairro de Pernambués, e realiza oficinas que envolvem tudo que abrange a área das artes visuais, desde fotografia e modelagem para adolescentes, até pintura, colagem e recorte para crianças, sendo que as atividades propostas são elaboradas por faixa-etária. O projeto também desenvolve saídas externas para exposições, cinemas, teatros e espetáculos de dança, com o objetivo de inserir todos no cenário cultural.
Para a coordenadora do Projeto Arte e Cidadania, Cláudia Vega, a criança ou adolescente, deve expressar suas potencialidades criativas através de uma formação baseada no estímulo de pensar enquanto indivíduo diante do mundo: “A utilização de uma pedagogia eficaz, aproveitando recursos das artes em sala de aula, leva o aluno a conhecer e desenvolver suas potencialidades. Compromete também esse aluno a resolver e superar problemas no decorrer da vida e, principalmente, consegue multiplicar as atividades realizadas para a comunidade em que vive, com os amigos, familiares, enfim, repassa esse conhecimento adquirido, mesmo que através de relatos das experiências”.
Já a Associação Pracatum Ação Social criou, em 2006, no Candeal Pequeno (Brotas), a Escola Municipal Infantil Virgen de La Almudeña, que possui como eixo norteador agregar valores da comunidade do Candeal e traz em sua pedagogia a arte e a musicalidade como principal forma de educar. Para o presidente da Associação Pracatum, Carlinhos Brown, a iniciativa de projetos ligados à arte-educação infantil faz despertar na criança a liderança interior de cada um: “A escola cria líderes e faz com que, no futuro tenham iniciativas para desenvolver capacidades criativas e projetos”, cita o músico e artista.
A gestão da escola Virgen de La Almudeña é realizada pela prefeitura de Salvador através da Secretaria Municipal da Educação e Cultura (Smec), por meio de parceira com a Pracatum. Atualmente, atende anualmente 230 crianças de 2 a 8 anos e possui seis salas de aula, laboratório de informática, brinquedoteca, sala de professores, refeitório e sala de leitura. O nome da escola é uma homenagem à santa protetora de Madri (capital da Espanha) e mãe dos recém-nascidos. “É um espaço voltado para arte e mostra a cultura da comunidade do Candeal, através de vários trabalhos artísticos que os alunos produzem”, diz Marilene Santana, 32 anos, dona de casa e mãe da aluna Caroline Santana, 10 anos.
Outras Instituições: Além do Instituto Irís e da Associação Pracatum, há outras instituições sem fins lucrativos em Salvador que promovem cursos, oficinas, além de palestras na área das artes:
Implementado desde 1999, o Programa Educação pela Arte estimula nas crianças e nos jovens a sensibilidade e a capacidade de criação para que possam dar novas formas a si mesmos e ao mundo. O programa que já atendeu 2.765 crianças e adolescentes só no estado da Bahia, atua na educação complementar à escola, em parceria com 14 organizações não-governamentais, em nove municípios de oito estados brasileiros, incluindo a Bahia.
No Educação pela Arte, já foram capacitados cerca de 497 gestores e educadores que são preparados para construir oportunidades de transformação do potencial de crianças e jovens em competências para ser, conviver, conhecer e fazer. Ao passarem por esse processo formativo, as organizações parceiras (Associação Pracatum e o Instituto) do programa tornam-se aptas a trabalhar com base na Tecnologia Social de Educação para o Desenvolvimento Humano pela Arte, qualificando e ampliando os resultados no ensino da arte.
– Cipó – Comunicação Interativa
Escola Interativa
Através da metodologia voltada na Educação pela Comunicação em escolas da rede pública de ensino, foi criado em 2001 o Projeto Escola Interativa com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino formal. O projeto se baseia na nova prática pedagógica envolvendo quatro pilares “aprender a aprender, a fazer, a ser e a conviver”. A intenção é desenvolver uma relação de proximidade entre educandos e educadores e promover à capacitação em atividades ligadas a comunicação como criação de sites, programas de rádios e impressos.
O projeto promove o desenvolvimento do aluno possibilitando a capacidade de conhecer a si mesmo e entender como a sua participação interfere coletivamente. Os resultados também interferem na qualidade da relação entre professor e aluno, além de todo o convívio escolar.
A partir de um trabalho com adolescentes em um teatro baseado em arte-educação, Maria Eugênia Milet, criou em 1994 o Centro de Referência Integral de Adolescentes (CRIA) que tem como principal meta despertar nas pessoas sensibilidades e provocar atitudes transformadoras em si e no meio em que vivem.
Sendo referência na relação conjunta entre teatro e poesia, o CRIA, produz espetáculos que retratam a vida, os costumes, os problemas sociais e tudo aquilo que encontra-se na vida do jovem. O CRIA também produz vídeos, exposição fotográfica, rodas de leitura na biblioteca e o fortalecimento de grupos culturais comunitários.
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