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Jejum forçado

- 04/02/2013

Após término do projeto “100face”, site tornou-se muro das lamentações | Crédito: Divulgação

Usuários do Facebook aderem jejum à rede como forma de combate à ociosidade, na busca de melhor aproveitamento do tempo

Darlan Caires e Hilla Santana

A ideia é desafiadora: 100 pessoas resolveram cometer suicídio com suas respectivas contas do Facebook e ficar sem acessá-las entre os dias 22 de setembro de 2012 até 1 de janeiro de 2013. Exatos 100 dias sem checar mensagens, ver cutucada, compartilhar conteúdo. Sem face. Os vitoriosos que seguirem o jejum da rede social de Mark Zuckerberg à risca relatam o que mudou e o que não mudou após o desligamento da rede no “100face”.

“As pessoas têm cada vez mais o interesse em participar de grupos sociais na internet”, é o que afirma o psicólogo e especialista em gestão social Rodrigo Nejm.  O imediatismo social, ainda recente, já é reflexo da excessiva busca de interação em meios virtuais na web.

Refém da rotina de se conectar ao Facebook constantemente, a jornalista Inara Rosas (26) cancelou sua conta na rede não por um motivo, mas por quatro. “Além da superexposição que o Facebook proporciona, não gostava de ver que muita gente sabia das minhas atividades. O conteúdo tem piorado, muita besteira e intolerância sendo compartilhada. E o repetido acesso estava atrapalhando meus estudos do mestrado”, relata. Assim como Inara, Luana Paim (20) também desativou sua conta na rede social. A causa da atitude está relacionada à perda de tempo na rede. “Usava tanto o Facebook que até na hora de me arrumar para sair eu intercalava os horários entre passar maquiagem, por exemplo, e ficar conectada no Facebook”.

O estudante de Engenharia civil Rihan Achy (21) já se sentiu atraído pela rede social, mas por preguiça ou indiferença sempre adia o momento de criar sua conta no Facebook. “Às vezes me sinto velho ao ver meu tio e mãe com conta na rede e eu não”, brinca. Achy também fala da consciência do tempo que redes sociais assim tomam. “Apesar de reconhecer a utilidade, penso que o uso tem que ser moderado. Sei que se estivesse cadastrado já teria perdido muito do meu tempo online. Estou bem assim”, complementa.

Segundo o psicólogo Rodrigo Nejm, o consumo excessivo do Facebook é reflexo de uma sociedade conectada. Nejm ainda sublinha os dispositivos móveis como facilitadores desse cenário. “O dispositivo móvel junta vários fatores e é uma combinação que atrai as pessoas. Através dele você pode namorar, trabalhar, fazer compras, falar com a família. Vários tipos de comunicação em um só aparelho”, sublinha.

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