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Lojas de bairros populares já fazem parte do roteiro de compras dos soteropolitanos

- 13/05/2012

Setor de roupas e acessórios é um dos que mais se fortalece em Salvador

Camila Queiroz e Niassa Jamena

As estratégias de vendas vão muito além dos tradicionais “venha jovem, venha morena” tão comuns nas ruas de Salvador. Tratamento personalizado, divulgação em redes sociais e criação de sites também fazem parte da rotina das lojas de bairro da capital baiana. As roupas e acessórios trazidos de outros Estados se destacam pelos preços populares. Atraem os clientes que já estão fazendo compras e também aqueles que estão apenas de passagem pelas lojas e acabam entrando só para dar “uma olhadinha”.



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As ruas cheias de gente, típicas dos bairros populares soteropolitanos, abrigam estabelecimentos que, além de movimentarem a economia – geram empregos, aquecem as vendas de confecções nacionais e permitem que muitas pessoas tenham seu próprio negócio –, também facilitam a vida dos consumidores que não têm tempo para ir aos grandes centros – shoppings -, ou não gostam de fazer compras em lugares movimentados. Este é o caso de Vanda Galvão, 39 anos, cliente da loja de roupa Cacá Bertaso, localizada em Pernambués. “Vale a pena comprar em lojas de bairro quando você não está a fim de “muvuca”, de andar. Eu não compro em mais nenhum outro lugar, tem tudo aqui”, afirma.

São Paulo é o maior fornecedor, mas os proprietários das lojas também compram suas mercadorias em outros Estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará. Algumas vezes, compram na mão de fornecedores em Salvador, embora em menor quantidade.  Devido a concorrência, há lojistas que não gostam de revelar os locais onde adquirem seus artigos. “Cada lojista busca produtos diferenciados e isso eu nem sempre encontro aqui. Por isso viajo para outras cidades visando trazer coisas novas para chamar a atenção do cliente”, explica Valdir de Jesus, 29 anos, sócio da JMC Modas, localizada em São Marcos.

Para diversificar os seus produtos, lojistas oferecem mercadorias trazidas de outras cidades | Crédito: Niassa Jamena

A maioria das lojas está em funcionamento há mais de cinco anos, algumas há mais de dez e contando com uma rede de filiais. A H. Looks está há trinta anos na Dorival Caymmi, em Itapuã, e possui filiais em São Cristóvão, Bairro da Paz e na cidade de Lauro de Freitas.  Já a Bizu Jeans, localizada em São Cristóvão, possui filiais no Comércio, na Rodoviária de Salvador e Tancredo Neves, além de outras cidades da Região Metropolitana da capital baiana como Candeias e Simões Filho. A Cacá Bertaso e a Monique, ambas em Pernambués, e a Voo Livre, em São Cristóvão, funcionam há 15, 11 e 17 anos respectivamente, mas, não possuem filiais. A equipe do ID 126 entrou em contato com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador, para saber mais informações a cerca do número de lojas e rendimentos, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

E se engana quem pensa que os únicos frequentadores dessas lojas são os moradores dos bairros onde elas estão localizadas. Estabelecimentos que ficam em avenidas principais, por exemplo, atraem clientes que trabalham na região ou, simplesmente, estão de passagem por estes locais. Essa crescente movimentação provocou um aumento no número de contratações – muitas lojas contam com mais de cinco funcionários e, mesmo as pequenas, têm pelo menos dois –, e de lucratividade. “Se não desse lucro a gente não estaria aberto até hoje, né?”, argumenta Ramário Assunção, 42 anos, proprietário da loja Voo Livre.

Ilustração: Camila Queiroz

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