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Movimento grevista divide opiniões na UFBA
- 11/07/2011Comunidade universitária teme pelos prejuízos de nova paralização
Por Joseanne Guedes
Em greve há mais de um mês, os servidores das instituições federais de ensino decidiram suspender as mobilizações, como requisito estabelecido pelo governo para retomar as negociações. No entanto, ameaçam inviabilizar o semestre seguinte caso suas reivindicações não sejam atendidas. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a comunidade da tem opiniões diversas acerca do movimento grevista, cujas reivindicações, além da campanha salarial da categoria, dizem respeito à sociedade, a exemplo da luta contra a privatização dos hospitais universitários e pela segurança nos campi.
Com o risco de nova paralização das atividades, a UFBA continua em alerta para os possíveis prejuízos. A reitora da universidade, Dora Leal Rosa, explica que entende o pleito da categoria e a legitimidade do movimento, mas faz algumas ponderações sobre a manutenção de serviços durante a greve. “Apoio a abertura da mesa local de negociações, mas conto com o bom senso dos servidores”. Já o vice-diretor da Faculdade de Educação da UFBA, Prudente Neto, agradeceu a colaboração dos servidores. “Mesmo em greve, eles estiveram atentos a situações particulares e respondem às solicitações encaminhadas pelos diretores das unidades”.
Para a estudante de Psicologia da UFBA, Cássia Maciel, a situação da universidade é grave e os servidores precisam de apoio. “Sinto falta da adesão dos alunos. Muitos nem sabem os motivos da greve e se dizem contra”. Já a estudante de Jornalismo, Talyta Almeida, considera que eles estão exercendo seu direito, mas a paralisação das atividades prejudica os alunos. “Recorri ao colegiado para assinar meu contrato de estágio várias vezes, mas não encontrei ninguém”, reclama.
O diretor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Giovandro Ferreira, argumenta que as condições salariais dos servidores são insustentáveis e contribuem para o sucateamento das universidades. “Estou aqui há seis anos e já perdi vários funcionários que passaram em outros concursos. Eu acho justas as reivindicações, mas, como diretor, preciso manter a faculdade aberta. Hoje, infelizmente, o pior salário do Executivo é o dos servidores federais”. Segundo o diretor, mesmo no período da greve, os servidores atenderam favoravelmente a questões pontuais, a exemplo do prazo para fechar o calendário acadêmico.
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