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Música clássica conquista interesse dos soteropolitanos

- 25/11/2011

A oferta cultural deste gênero cresce em Salvador e mais oportunidades surgem para os apreciadores da música clássica

Por Camila Queiroz e Paula Amor

Soteropolitanos se aproximam da música clássica. Foto:SXC

Quem acha que os soteropolitanos só andam atrás do trio elétrico e dançam pagode está enganado. Também há aqueles que preferem ouvir os clássicos de Mozart e Beethoven nos seus cotidianos. Estes apreciadores da música clássica têm encontrado no cenário musical baiano mais oportunidades de ouvir este tipo de música.

O gênero clássico ocupa o 6º lugar no gosto musical dos soteropolitanos, segundo pesquisa divulgada em agosto pelo Correio, em parceria com o Instituto Futura. A preferência pela música clássica ficou na frente até mesmo do rock, da música eletrônica e da bossa nova.

O interesse dos moradores da capital baiana pela música clássica pode ser notado nos concertos do Neojibá (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) e da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), cada vez mais frequentados. Nota-se que a música clássica está ampliando o seu público e se tornando mais acessível, deixando de ser restrita a adultos de classes mais abastadas, alcançando também jovens e pessoas de classes sociais variadas. Desde junho de 2010 Salvador conta com uma rádio voltada para o gênero clássico, a Vida FM.

Para Beth Ponte, diretora artística do Neojibá, a falta de apresentações regulares no Teatro Castro Alves (TCA) e o aspecto cultural de Salvador influenciavam a falta de interesse pela música clássica. “A música clássica nunca esteve muito presente na vida cultural do soteropolitano. A gente está começando a mudar isso agora”, afirma Beth Ponte. Prender a atenção dos soteropolitanos hoje, com tantas ofertas culturais e o dia- a- dia cada vez mais corrido, é um desafio. De acordo com o diretor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Heinz Karl Schwebel, “hoje temos um leque de interesses e atividades que ocupam muito as pessoas, como a internet, o futebol, música popular, cinema, teatro. É mais difícil conquistar público hoje, a música clássica não disputa esse interesse sozinha e o mercado é muito poderoso”.

Se por um lado há um aumento do interesse pela música clássica por parte dos soteropolitanos, por outro lado as instituições e músicos enfrentam dificuldades no campo de atuação, relacionadas, por exemplo, ao recebimento de verbas, à divulgação midiática e aos incentivos governamentais. O Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado da Bahia (Sindimúsicos-BA) critica o incentivo governamental para a música clássica. “Os nossos governantes deveriam ver a música como parte das estratégias de desenvolvimento de uma sociedade e não tratá-la com simples apêndice”, diz Gilson Moura, diretor de Relações Institucionais do Sindimúsicos-BA.

Segundo o diretor da Escola de Música da UFBA, Salvador deve oferecer para a população, em média, um concerto por semana. “Não é Nova Iorque, onde há cinco concertos por dia. Mas um concerto por semana não é tão ruim assim”, considera Schwebel.  O que falta agora é levar o conhecimento do que está acontecendo às pessoas.

O que é música clássica?

A definição de música clássica é controversa. Heinz Schwebel acredita que a música de concerto é a que mais se aproxima da ideia contemporânea de música clássica. “É uma música talvez que a gente possa atribuir a ela um papel de fruição. Se passou a chamar todo tipo de música de concerto, desde o período renascentista, até o período moderno, contemporâneo, de música clássica. Ou seja, tudo que não é música popular passou a ser chamado de música clássica. Então nem nós, músicos clássicos, sabemos definir exatamente o que é que a gente chama de música clássica”, diz Schwebel.

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