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Música Popular na UFBA
- 15/06/2011Novo curso superior pretende oferecer uma formação diversificada e humanística
Por Rafael Brandão
Em 2008, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi implementado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sob o comando do então reitor Naomar de Almeida Filho, o Reuni trouxe mudanças estruturais, gerou novos cursos e ampliou o número de vagas de alguns dos cursos já existentes.
Entre as novidades que a ocasião fez surgir na Universidade, uma graduação em Música Popular foi inaugurada na Escola de Música (Emus). A tempestividade da aparição do curso remete à época do reitorado de Edgard Santos, quando a UFBA despontou como pioneira no campo acadêmico das artes ao instituir os primeiros cursos superiores de Dança, Música e Teatro do país.
No caso dos cursos de música popular, a UFBA não foi pioneira, mas já é parte da vanguarda nacional, já que a presença de graduações desse tipo ainda está longe de ser algo recorrente nas faculdades de música do Brasil. No Nordeste, até agora apenas a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) acompanhou a UFBA, com o Curso Superior Sequencial de Música Popular.
Rowney Scott, coordenador do curso de Música Popular da UFBA e doutor em Execução Musical, diz que parte dos acadêmicos da Emus demonstrou forte resistência à instalação da graduação. “O aparecimento do curso de música popular me sinaliza avanços esperados por décadas”, declara.
A proposta idealística do curso, segundo explica Rowney, consiste basicamente em oferecer aos alunos a possibilidade de exposição a uma variedade de gêneros musicais, como forma de fomentar uma formação musical abrangente, além de tolerância e diálogo com a diversidade.
“Toda a construção estrutural e pedagógica foi feita nesse sentido. Queremos que os estudantes conheçam culturas musicais que lhes sejam menos familiares. Esse contato com a diversidade tem um objetivo que vai além do musical: possibilitar um desenvolvimento pessoal e humanístico que propicie a construção de uma identidade própria. Obviamente, isso vem associado a uma ampla gama de conteúdos práticos e teóricos inerentes à formação”, explica Rowney.
Questionado sobre como tem sido a experiência com a nova graduação, Rowney diz que a incipiência do curso torna difícil a formulação de avaliações gerais – mas expressa otimismo em relação à qualidade da formação dos futuros graduados.
“Ainda é cedo para sabermos se estamos conseguindo nosso objetivo, ou mesmo algo próximo dele. Afinal, ainda estamos no terceiro ano de curso. Mas acredito que, pela diversidade de perfis dos professores e alunos, teremos resultados positivos”, diz.
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