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Não há só poesia sobre o mar da Bahia
- 11/12/2011Esgoto e poluição difusa preocupam os profissionais que trabalham com monitoramento da balneabilidade nas praias
Por Alexandre Wanderley e Henrique Mendes
As mais belas paisagens da Bahia passam, sem dúvidas, pelas praias de Salvador. Vislumbradas por leitores das obras de Dorival Caymmi, ou idealizadas pelos apreciadores dos cantos de Vinícius e Toquinho, as praias soteropolitanas inspiram gerações de baianos e turistas.
Do culto às águas de Itapuã, ao deleitar das brisas que suavizam os ares da Ribeira, textos de poetas ilustres marcam lugar das praias na plural cultura baiana. Entretanto, nem tudo é poesia quando o assunto é o mar da Bahia.
Segundo Cláudia Espirito Santo, Engenheira Ambiental do Instituto do Meio Ambiente da Bahia (Inema), algumas praias de Salvador apresentam altos níveis de poluição. Esta realidade é mais comum em regiões próximas às saídas de rios, já que os serviços de saneamento nestes ambientes são, normalmente, precários ou inexistentes.
Pesquisas – De acordo com Eduardo Topázio, Coordenador de Monitoramento de Recursos Hídricos e Ambientais do Inema, as análises bacteriológicas destas localidades são feitas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped), órgão da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Neste local, diversos técnicos estudam a concentração do bacilo Echerichia Colli (E.Colli) – próprio do intestino humano – nas praias de Salvador. A partir de cinco amostras dos ambientes examinadas, os profissionais investigam a presença de coliformes fecais nas águas. Caso o índice seja superior ao estipulado pelo Conama (mil a cada 100 ml), o ambiente é considerado impróprio para banho.
Nas praias da capital, os maiores níveis de poluição são registrados na Cidade Baixa, a exemplo da Pedra Furada e Roma. Um pouco mais distante, as praias da Boca do Rio e do Corsário também possuem históricos negativos. Todas estas praias são próximas de rios.
Entretanto, o que também preocupa os profissionais que trabalham com monitoramento da balneabilidade é a poluição difusa, àquela em que os ventos e as precipitações levam impurezas às praias. De acordo com Eduardo Topázio, as chuvas limpam as sujeiras do asfalto, conduzindo diversas agentes poluentes às águas do mar. As pessoas que arriscam mergulhos nestes períodos podem sofrer uma série de infecções de pele, além de desconfortos gastrointestinais. Duas horas após o término de uma chuva, a poluição levada para praia é reduzida em 90%.
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